ANTONIO CARLOS DE FARIA
DA SUCURSAL DO RIO

Em um mês estará terminada a instalação do primeiro radar primário do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), projeto contratado pelo governo brasileiro junto à Raytheon do Brasil Sistemas, em julho de 1997.
O radar primário, com capacidade para detectar vôos num raio máximo de cerca de 400 quilômetros, foi montado em Rio Branco, no Acre, com a missão de vigiar parte das fronteiras com a Bolívia e o Peru. Depois da instalação, passará por períodos de teste, devendo entrar em operação em agosto de 2001.
Funcionando como um cone, o alcance máximo de um equipamento desse tipo acontece em altitudes próximas a 9.000 metros e diminui em altitudes menores.
Um avião voando a 300 metros de altura é detectado a cerca de cem quilômetros.
Se o vôo for rente à floresta, o equipamento não tem capacidade para localizá-lo, o que só é possível a partir de radares instalados em aviões.
O Sivam prevê a operação de 25 radares terrestres na região amazônica, incluindo cinco que já estão funcionando desde 1994, instalados antes do atual contrato. Um dos objetivos do projeto é o controle dos vôos clandestinos na região, reprimindo a ação de traficantes e contrabandistas.
Além desses equipamentos, o sistema terá radares instalados em cinco jatos da Embraer. Nos aviões, o efeito do cone acontece de cima para baixo, e os radares são capazes de localizar movimentações no nível do solo, num raio de 500 quilômetros.
O primeiro desses jatos está desde a semana passada nos EUA, onde recebe equipamentos desenvolvidos pela Raytheon. Em dezembro estará de volta ao Brasil, para a instalação do radar projetado pela Ericson, empresa sueca, estando completo para operação em julho do próximo ano.
Com o custo previsto em cerca de US$ 1,4 bilhão, o Sivam foi assumido pela Raytheon depois de uma controvertida concorrência com a empresa francesa Thomson. Na época, o diplomata Júlio César dos Santos, assessor próximo do presidente Fernando Henrique Cardoso, foi acusado de fazer tráfico de influência em favor dos americanos.
Afastado do cargo durante a crise gerada pelas denúncias, Santos acabou sendo nomeado por FHC para ser embaixador junto a um organismo da ONU, em Roma.
Além do primeiro radar primário instalado pela Raytheon em Rio Branco, a empresa entregou, no final de julho, um radar secundário, localizado em Jacareacanga, no Pará.
O radar secundário só monitora aviões que dispõem de um equipamento interno que permite a localização da aeronave, como no caso de vôos comerciais.
A instalação total do Sivam está prevista para julho de 2002, caso seja cumprido o prazo de cinco anos do contrato.


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