São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

Próximo Texto | Índice

PAINEL

Em busca de reforço
Acusado por Serra de agir a serviço do PT, Luiz Francisco enviou cópia da ação cautelar de improbidade contra aliados do tucano a membros do Ministério Público Federal. Diz que o cronograma não é eleitoral. Colegas começaram a pedir apoio público da categoria a ele.

Agora é ruim
A cúpula do PT passou a bater em Luiz Francisco nos bastidores. Reclama que a ação movida contra aliados do candidato tucano não atingiu Serra diretamente, mas levantou suspeitas sobre a ligação do procurador da República com o partido.

Febre argentina
O PSDB voltará a usar o "terrorismo econômico" para evitar a vitória de Lula no primeiro turno. Com o dólar a R$ 3,355, os tucanos vão retomar o discurso de que o ex-ministro é o mais capacitado para enfrentar a crise internacional e que Lula trará a instabilidade.

Tiro no pé
O comitê de Serra avalia que as críticas a Lula no horário eleitoral são uma aposta de risco. Teme a migração de votos do presidenciável petista para Anthony Garotinho. A ordem é continuar a bater no candidato do PSB também.

Manter aparências
Os banqueiros com os quais Serra jantou na segunda queriam que o evento fosse na Febraban, a exemplo dos encontros com os outros candidatos. Serra não aceitou. Achou que a reunião, na reta final da campanha, poderia ser usada por adversários para carimbá-lo como "candidato dos banqueiros".

Colégio eleitoral
Considerando apenas o eleitorado da região Sul do país, Lula ganharia hoje no primeiro turno (o petista tem 53% contra 47% dos demais, segundo pesquisa feita pelo Ibope). O pior desempenho do presidenciável é na região Sudeste (está com 46% contra 54% dos outros candidatos).

Vingança nanica
Ironia do destino: o 1% de Zé Maria, candidato à Presidência pelo PSTU (sigla que se formou de dissidência do PT), pode ser decisivo para tirar a vitória de Lula no primeiro turno. "Não há chance de acordo. O PT fez outra opção. Preferiu defender o acordo com o FMI e se aliar ao PL, a Sarney e a Quércia."

Sinais internos
Blairo Maggi (PPS), em primeiro nas pesquisas para o governo de MT, sugeriu em palestra que Ciro passe a considerar a hipótese de apoiar Lula no primeiro turno, caso seja realmente possível a vitória do petista.

Outra porta
Discute-se no carlismo a possibilidade de ACM apoiar Lula já no primeiro turno. O cacique baiano, porém, tem dito que só declararia voto no petista agora se Ciro renunciasse, o que ele diz não acreditar que vá ocorrer.

Nova prioridade
Paulinho não acredita numa reação de Ciro. Tem dito na Força Sindical que se preocupará mais com a eleição do irmão, Valdir Pereira da Silva (PL), que disputa a Assembléia de SP.

Força de vontade
Geraldo Althoff (PFL-SC), por sua vez, diz estar "cada vez mais otimista", apesar da queda de Ciro nas pesquisas (que teve 28% no Datafolha e está com 15%). "Estamos no páreo."

Reviravolta
O PFL alckimista passou a orientar setores do partido a pedir voto para Maluf. Motivo: em razão da alta taxa de rejeição do pepebista (38% no Datafolha), o partido acha que Genoino (com 19% de rejeição) é um adversário mais difícil no segundo turno para Alckmin do que Maluf.

Ganhar tempo
A Federação Nacional dos Policiais Federais iniciou campanha para extinguir o inquérito policial centrado na figura do delegado. Fez uma pesquisa em 16 Estados e concluiu que, em média, apenas 10% dos inquéritos abertos têm conclusão.

TIROTEIO

De Arlindo Chinaglia (PT), sobre os ataques de Serra a Lula:
- Agosto já passou, mas a campanha tucana continua padecendo da síndrome do cachorro louco. Para proteger a população, o Ministério da Saúde deveria liberar com urgência uma vacina anti-rábica.

CONTRAPONTO

Ruído na comunicação

O presidenciável José Serra (PSDB), sua vice, Rita Camata (PMDB), e coordenadores da campanha tucana fizeram ontem uma reunião a portas fechadas no hotel Naoum, em Brasília, para discutir estratégias para a reta final das eleições.
No meio da reunião, os organizadores abriram a sala para que a imprensa fizesse imagens do encontro.
O repórter-fotográfico da Folha Lula Marques ficou atrás de Serra para fazer uma foto. Um colega gritou:
- Lula, sai um pouco daí!
Os outros também começaram a pedir a atenção do colega:
- Lula! Lula!
Sem entender o que se passava, Rita Camata demonstrou indignação com a "declaração de voto" dos jornalistas. Ergueu o punho e puxou um corinho, logo engrossado por outros tucanos na mesa:
- Serra! Serra! Serra!



Próximo Texto: Rombo Amazônico: Justiça decreta a prisão de Jader e de mais 8 acusados
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.