São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002

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CRISE CAPIXABA

Presidente da Assembléia do ES é acusado de usar recursos públicos em festa

TRE investiga denúncias contra Gratz

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

A Corregedoria do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Espírito Santo investiga denúncia de que a Assembléia Legislativa do Estado teria alugado uma boate para a festa de aniversário do presidente da Casa, José Carlos Gratz (PFL). Ele é candidato à reeleição, e o fato, se comprovado, caracterizaria abuso de poder econômico.
O Ministério Público já tinha proposto uma ação de investigação judicial à Corregedoria do Tribunal contra o deputado devido às proporções da festa, que reuniu cerca de 10 mil pessoas, no dia 13 de maio.
De acordo com os procuradores, o contrato de aluguel da casa noturna foi anexado aos autos porque reforçaria a tese de abuso de poder econômico.
O contrato de aluguel estaria em nome da chefe do cerimonial da Assembléia Legislativa, Fátima Coimbra. Confrontado com o documento por um repórter da "TV Globo", na noite de anteontem, Gratz rasgou o papel. Ele ainda proibiu que a imprensa deixasse o local antes de ouvir Fátima, que explicaria a situação.
A assessoria da Assembléia Legislativa do Espírito Santo informou que Fátima apenas fez os contatos para marcar a festa.
O Ministério Público pediu a inelegibilidade do deputado, por três anos, e a cassação do seu registro de candidatura. O pedido deve ser julgado em 30 dias.
Para embasar a acusação de que a festa teria sido organizada com fins eleitorais, os procuradores afirmam que somente nos anos de eleição o aniversário de Gratz é comemorado com grandes festas.
Há quatro anos, quando também era candidato, o deputado teria dado uma festa para 5.000 pessoas na mesma boate.
Também é citada na ação declaração de Gratz à Folha, em 14 de julho. Na reportagem, o deputado diz que, para assegurar sua reeleição à Presidência da Assembléia, "ajudará no financiamento de campanha dos candidatos que tiverem chance de ganhar".
Para os procuradores, esses fatos comprovariam a violação dos princípios igualitários da campanha eleitoral. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o TRE já rejeitaram pedido de impugnação da candidatura do presidente da Assembléia Legislativa, por abuso de poder econômico, baseado em sua festa de aniversário.


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