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São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2003

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TERRA DE NINGUÉM

150 homens da PM foram deslocados para ajudar; agentes avaliam que acusados estão na região

Reforçada, polícia inicia busca de suspeitos

TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Civil iniciou ontem uma operação de busca dos suspeitos da chacina de sete trabalhadores rurais e um fazendeiro ocorrida há uma semana em São Félix do Xingu (1.526 quilômetros de Belém), no Pará. A polícia acredita que eles ainda estejam nas imediações da fazenda Primavera, local do episódio.
A operação, que não tem prazo para terminar, conta ainda com um efetivo de 150 homens da PM paraense, que foi deslocado da capital para aquela área.
As vítimas foram mortas com tiros na cabeça em uma emboscada no meio da mata da propriedade, que fica a 180 quilômetros de São Félix do Xingu.
De acordo com a polícia, existem indícios de que os suspeitos permaneçam escondidos na mata. Isso porque o local é de difícil acesso e existem apenas duas formas para chegar ou sair: uma pista de pouso e o rio Xingu.
A partir de monitoramento feito nos últimos dias, a polícia informou que a pista de pouso não foi utilizada. E o rio Xingu, que contorna a região onde fica a fazenda, não foi atravessado por nenhum barco que não tenha sido revistado.
A polícia está dando início às investigações sobre as razões que levaram ao crime. Segundo a sua assessoria, existem três nomes suspeitos que estão sendo mantidos em segredo para não atrapalhar as investigações.
Anteontem, o fazendeiro e empresário Tadeu Bitar, 48, acusado por uma testemunha de ser o mandante dos assassinatos, negou o envolvimento no caso em depoimento à Polícia Civil.

Lista
A Agência Folha apurou que existe uma lista de 20 nomes de pessoas ligadas a sindicatos, organizações religiosas e organizações não-governamentais que estão ameaçadas de morte.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado informou que, de fato, há rumores sobre a existência da lista e que as primeiras vítimas seriam padres de paróquias ligadas a movimentos de reforma agrária.
Na região da chacina, 13 pessoas estão desaparecidas há 15 dias. A polícia não tem informação sobre os seus paradeiros.


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