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TERRA DE NINGUÉM
150 homens da PM foram deslocados para ajudar; agentes avaliam que acusados estão na região
Reforçada, polícia inicia busca de suspeitos
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Civil iniciou ontem
uma operação de busca dos suspeitos da chacina de sete trabalhadores rurais e um fazendeiro
ocorrida há uma semana em São
Félix do Xingu (1.526 quilômetros de Belém), no Pará. A polícia acredita que eles ainda estejam nas imediações da fazenda
Primavera, local do episódio.
A operação, que não tem prazo
para terminar, conta ainda com
um efetivo de 150 homens da
PM paraense, que foi deslocado
da capital para aquela área.
As vítimas foram mortas com
tiros na cabeça em uma emboscada no meio da mata da propriedade, que fica a 180 quilômetros de São Félix do Xingu.
De acordo com a polícia, existem indícios de que os suspeitos
permaneçam escondidos na mata. Isso porque o local é de difícil
acesso e existem apenas duas
formas para chegar ou sair: uma
pista de pouso e o rio Xingu.
A partir de monitoramento
feito nos últimos dias, a polícia
informou que a pista de pouso
não foi utilizada. E o rio Xingu,
que contorna a região onde fica a
fazenda, não foi atravessado por
nenhum barco que não tenha sido revistado.
A polícia está dando início às
investigações sobre as razões
que levaram ao crime. Segundo
a sua assessoria, existem três nomes suspeitos que estão sendo
mantidos em segredo para não
atrapalhar as investigações.
Anteontem, o fazendeiro e
empresário Tadeu Bitar, 48, acusado por uma testemunha de ser
o mandante dos assassinatos,
negou o envolvimento no caso
em depoimento à Polícia Civil.
Lista
A Agência Folha apurou que
existe uma lista de 20 nomes de
pessoas ligadas a sindicatos, organizações religiosas e organizações não-governamentais que
estão ameaçadas de morte.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado informou que,
de fato, há rumores sobre a existência da lista e que as primeiras
vítimas seriam padres de paróquias ligadas a movimentos de
reforma agrária.
Na região da chacina, 13 pessoas estão desaparecidas há 15
dias. A polícia não tem informação sobre os seus paradeiros.
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