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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Conexão Baltazar
O advogado e ex-policial Gedimar Pereira Passos,
que declarou ter negociado para o PT a compra de informações contra os tucanos, foi segurança da campanha de Lula em 2002 assim como Freud Godoy, assessor pessoal do petista que, segundo Gedimar, mandou
pagar por um pacote que incluía entrevista e dossiê.
Freud -que diz ter se encontrado com seu acusador
apenas quatro vezes- e Gedimar são unidos por um
personagem, além do próprio presidente: Francisco
Baltazar da Silva, delegado que coordenou a segurança de Lula em quatro eleições, virou superintendente
da PF em 2003 e caiu em setembro do ano seguinte
por envolvimento com o doleiro Toninho da Barcelona. Gedimar é muito próximo de Baltazar, por sua vez
amigo de Freud desde a campanha de 1989.
Oh, azar! Na cela da PF onde está preso em São Paulo,
Gedimar tem dito que foi chamado somente para "fazer a
segurança" da entrega do pagamento ao representante
dos Vedoin, e que haviam lhe
garantido que o dinheiro "tinha origem". Alega ter sido
enganado pelo PT.
O especialista. Quando
abandonou a carreira policial
e se aproximou do PT, Gedimar passou a oferecer ao partido os serviços que conhecia
melhor, a saber: segurança
propriamente dita e arapongagem em geral.
Who... Antes de se tornar o
churrasqueiro oficial da
Granja do Torto, Jorge Lorenzetti, que teria sido um dos
responsáveis pela aproximação entre Gedimar e Freud
Godoy, costumava ser anfitrião de Lula em Réveillons
passados em Santa Catarina.
...is who. Lorenzetti, fundador do PT e da CUT, é também muito próximo à líder do
PT no Senado, Ideli Salvatti.
Em SP 1. Freud foi funcionário da Prodan do início da
gestão Marta Suplicy (2001)
até janeiro de 2003, quando
seguiu para Brasília com Lula.
De maio a dezembro de 2002,
permaneceu licenciado para
acompanhar o petista na campanha e na transição.
Em SP 2. Foi a segunda
passagem de Freud pela prefeitura paulistana. Ele já havia
trabalhado na segurança da
CMTC durante a gestão de
Luiza Erundina (1989-1992).
Meia volta. O ministro
Tarso Genro (Relações Institucionais) cancelou compromissos que teria hoje no Rio
Grande do Sul e antecipou sua
volta a Brasília em conseqüência da crise aberta com o
caso da compra de informações contra os tucanos.
Barba e cabelo. De um
petista desolado com a encrenca gerada pela operação
de compra do pacote dos Vedoin: "Parece que havia gente
inconformada em ganhar só a
eleição presidencial. Precisava vencer em SP também".
Carga máxima. As áreas
política, jurídica e de marketing da campanha de Alckmin
se reuniram no fim de semana
para traçar a estratégia a ser
seguida diante do episódio. A
ordem é explorar, inclusive
no programa eleitoral do tucano, a ligação Lula-Freud.
Para ontem. Os tucanos
acompanham a apuração do
caso de olho no calendário. "A
PF tem a obrigação de dar
uma resposta sobre a origem
do dinheiro antes das eleições, sob pena de perder credibilidade", diz Bismarck
Maia (CE), vice-líder da bancada do PSDB na Câmara.
Enquanto isso. Afastado
de campanhas eleitorais após
o escândalo do mensalão, Duda Mendonça curtia anônimo
uma vaquejada na saída de
Brasília para Goiânia, no fim
de semana. Com direito a uísque em copo de plástico.
Visita à Folha. Aécio Neves, candidato à reeleição ao
governo de Minas Gerais pelo
PSDB, visitou ontem a Folha,
a convite do jornal, onde foi
recebido em almoço. Estava
acompanhado de Antonio
Augusto Anastasia, candidato
a vice, e de Heloisa Neves, assessora de imprensa.
Tiroteio
"Com Lula e o PT, o jogo do poder
passou a ser jogado na delegacia."
Do deputado cassado ROBERTO JEFFERSON (PTB), sobre o a tentativa
de compra de informações da família Vedoin contra os tucanos.
Contraponto
Homem do tempo
O comício do presidente Lula em Criciúma, no dia 9
passado, foi cercado de cuidados, pois o mau tempo atrapalhara visitas anteriores. O Exército chegou a aventar a
possibilidade de tempestade tropical, mas o PT local bateu o pé, baseado em prognóstico mais otimista do meteorologista catarinense Ronaldo Coutinho.
No palanque, diante de Lula, com o dia claro, a senadora Ideli Salvatti (SC) gabou-se da aposta do cientista:
-Duvidavam de que faria bom tempo? Por favor, que
nas próximas vindas do presidente o cerimonial consulte
antes o Coutinho. Não é à toa que ele é uma das únicas
unanimidades entre adversários em Santa Catarina.
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