São Paulo, terça-feira, 19 de setembro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ

Campanha tucana pede que TSE casse candidatura de Lula

Tucanos pedem que TSE investigue o presidente; tribunal decidirá se tira o controle da investigação das mãos da PF

PT reage à ação e divulga boletim no qual sugere que dirigentes do PSDB e do PFL querem ganhar a eleição presidencial "no tapetão"


SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) pediu ontem ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que abra investigação judicial eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pede também que, ao final da investigação, casse o registro da candidatura de Lula ou novo mandato se comprovado o envolvimento dele na tentativa de compra do dossiê contra Alckmin e José Serra.
O pedido de investigação, por abuso de poder econômico e político, se estende ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ao presidente do PT, Ricardo Berzoini, ao advogado Gedimar Pereira Passos, ao petista Valdebran Carlos Padilha e ao ex-assessor Freud Godoy.
Com a eventual instauração desse processo pelo TSE, a Polícia Federal continuará a apuração, mas perderá o controle sobre ela, que passará às mãos do ministro Cesar Asfor Rocha, corregedor-geral eleitoral. É o corregedor quem vai decidir se o TSE vai ou não investigar.
Na representação ao TSE, Alckmin argumentou que a PF agiu de forma parcial e deu tratamento privilegiado à candidatura de Lula ao não permitir imagens do dinheiro apreendido e dos presos. "Se de um lado a PF deu o mais amplo acesso ao material havido como comprometedor do candidato ora recorrente, de outro, contrariando sua prática mais recente, não apresentou ao público o dinheiro apreendido nem as pessoas detidas." A investigação poderá esclarecer o grau de envolvimento de Lula no caso.
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen, disse que seu partido pediu a investigação do TSE por não ver confiabilidade no ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. ""Não nos merece confiabilidade o ministro da Justiça, que é um criminalista a serviço do presidente". O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, também questionou Bastos: ""É um homem íntegro, mas está sujeito a pressões muito fortes, e não sei se conseguirá levar o caso com isenção, já que trabalha no governo".
O PT divulgou ontem um boletim com o título "Querem ganhar no tapetão?", no qual questiona a a ação da oposição: "O que não fica claro é quem, na opinião dos senadores Jereissati e Bornhausen, deve eleger o próximo presidente da República: 125 milhões de brasileiros ou um grupo de juízes?"


Colaborou a Sucursal do Rio

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