|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Só um laudo não isenta a Abin, diz presidente do STF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro
Gilmar Mendes, disse ontem
que o laudo da Polícia Federal
sobre as maletas não ter identificado a capacidade de realizar
interceptações telefônicas não
é suficiente para afirmar que
Abin não faz grampos.
"Isto diz pouco. Simplesmente afirma que as maletas
que foram apresentadas, não
sabemos se são todas as que a
Abin dispõe, não teriam a possibilidade de fazer a interceptação", afirmou Mendes.
"A medida que se revelam fato de que até terceirizados foram contratados para fazer essas gravações, não sabemos
também se essas maletas foram
contratadas e se outros modos
foram utilizados. Estamos num
mundo muito complexo para
que tenhamos uma resposta
muito simples", completou.
O presidente do STF afirmou
que mesmo que o grampo divulgado recentemente de uma
conversa entre ele e o senador
Demóstenes Torres (DEM-GO) não tenha sido realizado
por um agente da Abin, o fato
"não vai retirar a responsabilidade" da agência, "como pode
não retirar também a responsabilidade da Polícia Federal.
Isso precisa ser investigado".
Mendes disse que "é completamente ilícito" quando a Abin,
"uma agência apenas de inteligência e informação, atua como
polícia judiciária, realizando
investigação". Para o ministro,
a ação conjunta é "um ato flagrantemente ilegítimo".
"Eu não tenho a menor dúvida de que estamos diante de um
ato flagrantemente ilegítimo.
Estou preocupado com o aspecto político desta questão."
(FELIPE SELIGMAN)
Texto Anterior: Ministério Público contesta no Supremo resolução que cria central de grampos Próximo Texto: Governo quer criminalizar mídia por publicar grampo Índice
|