São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 2008

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Prefeito promete 700 creches para zerar déficit

Para cumprir, terá de entregar uma a cada dois dias

DA REPORTAGEM LOCAL

Na sabatina, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) prometeu zerar o déficit de 110 mil vagas em creches. Para isso, foi questionado se vai entregar cerca de 700 novas unidades em quatro anos, o que representaria uma a cada dois dias de mandato. Hoje, em média, cada creche atende 160 crianças. Se for seguido esse número, seriam necessárias 687 unidades.
O prefeito afirmou que, nos quatro anos da gestão Serra/ Kassab, foram 346 creches ou 43 mil novas vagas. Ele prometeu dobrar esses números.

 

CRECHES
Ao prometer zerar o déficit de vagas em creches, Kassab argumentou que a atual gestão fez muitas unidades mesmo com outros problemas, citando as escolas de lata. "Se nós fizemos 346 numa administração que fez tudo isso, não vamos fazer o dobro? Vamos fazer", afirmou. "Tinham 61 mil vagas. Fizemos mais 43 mil. Evidente que nós vamos fazer mais 80 mil. Esse é um compromisso. Não abro mão dele."


MARTA
Kassab voltou a fazer comparações com Marta. "Ela prometeu investir no metrô. Não investiu. Prometeu acabar com escolas de lata. Não acabou. Ia fazer hospitais. Não fez. Acabar com o terceiro turno. Não fez. Ia acabar com o problema de vaga de creche. Não fez."


ISS
Kassab confirmou que vai isentar autônomos de ISS (Imposto Sobre Serviços) e disse que há estudos internos que mostram a possibilidade de diminuição do ISS em outras áreas. Mas não prometeu outras diminuições. "Acredito até que existe, sim, a possibilidade de alguns setores diminuírem ISS e aumentarem receita. [Há] estudos que são realizados na nossa Secretaria de Finanças internamente. Mas não existe esse compromisso."


IPTU E ÔNIBUS
O prefeito prometeu que não haverá aumento de IPTU, mas disse que pode haver mudanças em áreas específicas que forem valorizadas, por exemplo, por novas construções ou linhas de metrô. "São questões muito pequenas, muito específicas, mas que é natural em qualquer grande cidade do mundo. Essa avaliação é permanente."
Sobre a passagem de ônibus, Kassab reafirmou que não deve haver aumento, caso seja reeleito, até o fim de 2009.


SUBPREFEITURAS
O prefeito disse que não há loteamento das subprefeituras por vereadores. "Não houve e não haverá." Ao ser questionado sobre notícias de que, no começo da gestão, vereadores indicaram três funcionários [para as subprefeituras], disse que os vereadores conhecem todo mundo em suas regiões.
"Eles têm vínculos de amizade, de construção de políticas públicas. Falar para você que não tem esses vínculos, principalmente no terceiro, quarto, quinto escalões, que não tem troca de idéias, isso tem. O importante é que, nas indicações do prefeito, que são os subprefeitos, os chefes-de-gabinete, pessoas vinculadas ao secretário, não há loteamento."


PARENTES
Após se dizer contra o nepotismo, Kassab foi questionado sobre a presença de seus parentes em cargos públicos. Lembrou que um irmão é diretor do metrô, órgão do Estado, e disse que um cunhado é funcionário da prefeitura há mais de 20 anos. "Não indiquei ninguém, não há nenhuma vinculação. Trabalharam no governo do PT, em outros governos."


INTERNET
Questionado sobre a proposta de Marta para internet grátis em toda a cidade, disse que "é questão de justiça social", mas que os custos precisam ser examinados. Ao contrário da sua propaganda na TV, não fez críticas. "Já estamos fazendo com os 300 telecentros da cidade de São Paulo. O que ela apresenta hoje é natural que qualquer candidato tenha essa idéia."


CULTURA
Ao falar de propostas de cultura para a periferia, disse que fará mais dois centros para a juventude, como o que foi inaugurado na zona norte. Um deles será na Cidade Tiradentes, na zona leste, afirmou. "Aliás, na semana que vem [o centro] receberá uma homenagem de todos nós, que é o nome de Ruth Cardoso, algo que foi definido em conjunto com o nosso querido presidente FHC", disse.


CIDADE LIMPA
Em pergunta da platéia, o prefeito foi questionado sobre o que fazer com pichadores. "Todos queriam uma cidade mais bonita. Quando perceberam que a lei era para todos, começou-se a acreditar mais no poder público. Os próprios pichadores vão entender o contexto diferente. Muitos vão se transformar em grafiteiros."


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