São Paulo, sábado, 19 de setembro de 2009

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outro lado

Advogado-geral afirma que teve defesa cerceada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
DA AGÊNCIA FOLHA

Por meio da advogada Daniela Rodrigues Teixeira, José Antonio Dias Toffoli afirmou que sofreu um "evidente" cerceamento de seu direito de defesa durante o processo no Amapá.
Segundo Teixeira, "a sentença foi proferida três dias antes da audiência de instrução e julgamento, onde seriam ouvidas [como] testemunhas de defesa ex-ministros que compunham as cortes superiores e poderiam comprovar que os serviços contratados foram efetivamente prestados".
Além disso, afirmou, "no mérito, a sentença está completamente em desacordo com entendimento pacífico" de vários tribunais de que o Estado pode contratar advogados privados.
Ela disse que a apelação da sentença, que não foi julgada, já suspende temporariamente os efeitos da decisão.
O ex-governador João Capiberibe (PSB) afirmou que a ação tem motivação "política" e é uma das mais de 190 ações populares movidas por desafetos seus. Ele já ganhou cerca de 140 delas, disse.
Sobre a condenação em questão, o ex-governador afirmou que não teve nenhuma relação com a contratação do escritório de Toffoli, e sim o então procurador-geral do Estado.
Seu recurso já foi julgado improcedente. Nele, Capiberibe disse que, na mesma ação, a ex-governadora Dalva Figueiredo (PT) foi absolvida, sendo que ela prorrogou o contrato com o escritório de Toffoli quando sucedeu o pessebista em 2002.
Para Capiberibe, o julgamento foi acelerado para prejudicar a indicação de Toffoli, em benefício de um ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) interessado na vaga. Ele não soube dizer que ministro é esse.
Após ouvir Capiberibe, a Folha tentou falar de novo com o juiz Kaskelis, mas não conseguiu localizá-lo.
O advogado Luís Maximiliano Telesca, ex-sócio de Toffoli, disse que "a contratação questionada na ação foi completamente lícita" e que os serviços "foram devidamente prestados".
Ele disse já ter recorrido da sentença, que, segundo ele, destoa da jurisprudência das instâncias superiores e do Tribunal de Contas da União. O advogado, que hoje tem outra empresa, afirmou não manter vínculo com o ex-sócio. "No contrato questionado na ação popular, não tive nenhuma ingerência sobre os serviços prestados."
A reportagem não conseguiu contatar o ex-procurador-geral do Amapá João Batista Plácido. (JCM e MP)



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