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outro lado
Advogado-geral afirma que teve defesa cerceada
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
DA AGÊNCIA FOLHA
Por meio da advogada Daniela Rodrigues Teixeira, José Antonio Dias Toffoli afirmou que sofreu um "evidente" cerceamento de seu direito de defesa durante o processo no Amapá.
Segundo Teixeira, "a sentença foi proferida três dias
antes da audiência de instrução e julgamento, onde seriam ouvidas [como] testemunhas de defesa ex-ministros que compunham as cortes superiores e poderiam
comprovar que os serviços
contratados foram efetivamente prestados".
Além disso, afirmou, "no
mérito, a sentença está completamente em desacordo
com entendimento pacífico"
de vários tribunais de que o
Estado pode contratar advogados privados.
Ela disse que a apelação da
sentença, que não foi julgada,
já suspende temporariamente os efeitos da decisão.
O ex-governador João Capiberibe (PSB) afirmou que a
ação tem motivação "política" e é uma das mais de 190
ações populares movidas por
desafetos seus. Ele já ganhou
cerca de 140 delas, disse.
Sobre a condenação em
questão, o ex-governador
afirmou que não teve nenhuma relação com a contratação do escritório de Toffoli, e
sim o então procurador-geral do Estado.
Seu recurso já foi julgado
improcedente. Nele, Capiberibe disse que, na mesma
ação, a ex-governadora Dalva
Figueiredo (PT) foi absolvida, sendo que ela prorrogou
o contrato com o escritório
de Toffoli quando sucedeu o
pessebista em 2002.
Para Capiberibe, o julgamento foi acelerado para
prejudicar a indicação de
Toffoli, em benefício de um
ministro do STJ (Superior
Tribunal de Justiça) interessado na vaga. Ele não soube
dizer que ministro é esse.
Após ouvir Capiberibe, a
Folha tentou falar de novo
com o juiz Kaskelis, mas não
conseguiu localizá-lo.
O advogado Luís Maximiliano Telesca, ex-sócio de
Toffoli, disse que "a contratação questionada na ação foi
completamente lícita" e que
os serviços "foram devidamente prestados".
Ele disse já ter recorrido
da sentença, que, segundo
ele, destoa da jurisprudência
das instâncias superiores e
do Tribunal de Contas da
União. O advogado, que hoje
tem outra empresa, afirmou
não manter vínculo com o
ex-sócio. "No contrato questionado na ação popular, não
tive nenhuma ingerência sobre os serviços prestados."
A reportagem não conseguiu contatar o ex-procurador-geral do Amapá João Batista Plácido.
(JCM e MP)
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