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Jobim compara proposta de caça sueco a venda de cerveja
Ministro ironizou preço pela metade oferecido pela Saab para renovar frota da Aeronáutica
"Você compra uma garrafa de cerveja e ganha quatro de guaraná'; chefe da Defesa também aventou possível adiamento para propostas
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, ironizou ontem a proposta da fábrica Saab e do governo sueco para renovar a frota da FAB (Força Aérea Brasileira) pela metade do preço dos
franceses e americanos.
"Isso aí é aquilo: são vendas
casadas, né? Você compra uma
garrafa de cerveja e ganha quatro de guaraná", disse ele, durante visita ao forte São João
(zona sul do Rio), no lançamento de um evento esportivo militar, marcado para 2011, no Rio.
Jobim não daria entrevistas,
mas, cercado por jornalistas,
respondeu sério: "Preciso examinar. Não conheço proposta
nenhuma, conheço só o que vocês estão me dizendo que eles
teriam dito para vocês".
Na véspera, Jobim faltou à
audiência com o vice-ministro
da Defesa da Suécia, Hakan Jevrell. A assessoria de imprensa
informou que ele teve uma crise alérgica após o almoço. Com
a ausência, Jevrell foi recebido
pelo comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito.
"Vamos primeiro examinar,
cada coisa no seu tempo. É o
que eu digo para vocês: cada dia
com sua agonia". O prazo para
apresentação das propostas estrangeiras ao governo expira na
segunda-feira. Mas, discretamente, Jobim aventou a possibilidade de um adiamento.
"A Aeronáutica pode resolver fazer, estender o prazo."
"Não sei, depende da Força Aérea. A Força Aérea é que resolve
naquela parte técnica", disse.
"Dentes"
Ao defender a compra de
submarinos e caças, o presidente Lula disse ontem, em Sapucaia do Sul (RS), que o país
precisa "mostrar os dentes" por
causa da Amazônia e do petróleo da camada pré-sal. Segundo
ele, quanto mais bem preparados estiverem os militares, menor é o risco de uma guerra.
"Todo mundo sabe que o
Brasil não é país de querer fazer
guerra, é um país de paz, mas
nós precisamos mostrar os
dentes se alguém quiser brincar conosco", disse, em entrevista à Rádio Guaíba (RS).
Lula negou uma corrida armamentista na América do Sul.
"A Venezuela tem uma quantidade enorme de petróleo e de
gás. O Chávez já foi vítima de
um golpe, então é normal que
ele pense em se preparar."
Lula apontou a reativação da
Quarta Frota Naval dos Estados Unidos como um risco às
reservas de petróleo no mar.
"Obviamente que temos que
nos preocupar. Eles dizem que
é por uma questão humanitária, mas nós não pedimos, ninguém pediu", disse o presidente. "O Brasil precisa se preparar", completou Lula.
Colaborou a Agência Folha
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