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PROTESTO
Manifestantes acampados querem receber R$ 120 milhões
Ex-garimpeiros cercam agência da CEF e fazem 10 reféns no PA
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém
Cerca de 1.800 ex-garimpeiros de
Serra Pelada cercaram a agência
da CEF (Caixa Econômica Federal) em Marabá e mantinham, até
o início da noite de ontem, dez
funcionários do banco estatal como reféns.
Há 49 dias acampados na frente
da agência, os garimpeiros reivindicam o pagamento de R$ 120 milhões referentes ao paládio, conhecido como ouro branco, uma
sobra de 911 quilos de metal que
foi retirada durante os anos de
produção na área.
Apoio
Anteontem, com o apoio de integrantes do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), os manifestantes decidiram radicalizar em seu protesto.
Após o fechamento dos bancos
na praça Duque de Caxias, em
Marabá, eles cercaram as agências
do Banco do Brasil e da CEF, impedindo que os funcionários saíssem. Com o clima tenso, os comerciantes do local fecharam suas
lojas.
Após negociações, os manifestantes liberaram os funcionários
do Banco do Brasil e as mulheres
que estavam na CEF.
Ontem, no final da tarde, o representante dos garimpeiros Luiz
da Mata, que estava em Brasília,
tentou convencer os manifestantes a libertar os reféns.
Mas, segundo o gerente-geral da
CEF, Silvani César Navarro, os
apelos dele não surtiram efeito.
Um oficial de Justiça tentou entregar aos garimpeiros, ontem pela manhã, o pedido de liberação
dos reféns deferido pela Justiça,
mas ninguém assinou.
De acordo com a decisão judicial, eles têm 24 horas para libertar
os funcionários.
Cerca de 150 policiais militares
foram destacados para o local.
Não se sabe se há algum plano de
intervenção por parte da PM.
Pagamento direto
A questão do repasse do dinheiro envolve também uma briga entre os próprios garimpeiros. O dinheiro teria de ser repassado para
o Comigasp (Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra
Pelada), mas os garimpeiros alegam que a decisão do repasse não
é legítima e que o dinheiro deveria
ser distribuído individualmente.
A Procuradoria Geral da República deu parecer favorável aos garimpeiros, mas, segundo o advogado Eupídio Amorim, que tem
ajudado os manifestantes, a cooperativa pode recorrer.
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