São Paulo, sábado, 19 de outubro de 2002

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PAINEL

Oposição interna
As tendências de esquerda do PT iniciaram uma série de reuniões a fim de decidir se aceitarão participar de eventual governo Lula e de estipular prazos para que o petista, na Presidência, adote modificações na política econômica do país.

Ser ou não ser
Os dirigentes da esquerda pretendem anunciar uma posição conjunta após a eleição, mas há muitas divergências. Uns acham que é fundamental integrar o governo para "brigar por dentro". Outros, que é melhor ficar de fora até terem certeza de qual será a "cara" do governo Lula.

Conflito à vista
Comum nas tendências de esquerda do PT - que representam 30% do partido- é o descontentamento com as alianças de Lula e com alguns compromissos assumidos pelo petista - como o do acordo com o FMI. Até a eleição, porém, vai vigorar um pacto de silêncio.

Projeto holerite
A disposição da cúpula do PT é a de entregar um ministério e cargos de segundo escalão para as tendências de esquerda.

Em férias
Ciro Gomes (PPS) vai viajar para o exterior após a eleição. Seu destino deve ser a Austrália, onde quer passar alguns dias com o filho Cirinho, que está em programa de intercâmbio.

Novos baianos
O cantor Gilberto Gil é parceiro do marqueteiro Duda Mendonça no jingle da campanha de Lula no segundo turno.

Público e privado
O grupo de Euclides Scalco (secretário Geral da Presidência) já trabalha em favor de Roberto Requião no PR. Ary Queiroz, que foi colega do ministro na Itaipu, até declarou apoio ao peemedebista. Scalco, para não desagradar FHC -que não suporta Requião- , vai se manter publicamente neutro.

O dono da voz
O petista José Dirceu (SP) telefonou para Caetano Veloso e o avisou que o PT vai se retratar publicamente pelo fato de ter usado no horário eleitoral de Lula, sem a autorização do cantor, a música "Amanhã".

Sinal positivo
Discute-se no Planalto a derrubada da aposentadoria compulsória aos 70 anos para servidores públicos. A medida manteria no STF os ministros Ilmar Galvão, Moreira Alves e Sydney Sanches, todos com 69 de idade.

Blindagem futura
A mudança de nomes no STF, em 2003, não é bem vista por FHC, que pode vir a ter processos julgados na Casa após deixar o cargo. Já existe, na pauta do STF, ação direta de inconstitucionalidade para tentar derrubar a aposentadoria aos 70 anos.

Jogo pessoal
Motivo de Aécio Neves (PSDB) apoiar Serra, mas se deixar fotografar cochichando com Lula e chamar o petista, num "ato falho", de "presidente": o governador eleito precisará do apoio da União para reequilibrar as finanças de Minas.

Suor questionado
O empenho de Jarbas Vasconcelos (PMDB) por Serra no NE, como havia prometido, é motivo de ironia e piadas na própria equipe do governador de PE. Foi no Recife que Lula fez o maior ato da campanha do segundo turno até o momento.

Batalha particular
Paulo Hartung (PSB-ES), eleito governador no primeiro turno, disputa agora um "segundo turno" pessoal: quer tirar José Carlos Gratz (PFL) da presidência da Assembléia em 2003.

Visita à Folha
Jorge Simino, diretor-executivo da Unibanco Asset Management, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço.

TIROTEIO

De Aldo Rebelo (PC do B), em carta ao ministro Celso Lafer na qual reclama do fato de Serra, para atacar o PT, citar a Venezuela como exemplo de promessa eleitoral não cumprida:
- No caso da Venezuela, os julgamentos do senhor Serra estimulam os mesmos golpistas condenados pelo governo brasileiro em abril último.

CONTRAPONTO

Ego inflado

O senador eleito pelo PL do Espírito Santo, Magno Malta, chegava para a gravação promovida por Duda Mendonça com políticos da aliança em torno de Lula (PT), no sábado em São Paulo, quando se encontrou com o governador do Acre, Jorge Viana (PT), na entrada do hotel Gran Meliá.
Os dois se abraçaram e Viana seguiu seu caminho. Em seguida, não conseguindo se conter, Malta olhou para os jornalistas e comentou, eufórico:
- Jorge Viana tinha de mandar erguer uma estátua para mim no Acre. Pois foi meu trabalho na CPI do Narcotráfico que prendeu o Hildebrando Pascoal...
Os jornalistas sorriram, e Malta prosseguiu, sem nenhuma modéstia, com o discurso de autopromoção:
- Aliás, se eu tivesse concorrido no Acre, teria tido mais votos do que ele...



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