São Paulo, quinta-feira, 19 de outubro de 2006

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JUSTIÇA

Juíza impede liberação de R$ 1,5 bi do Orçamento

Deputado Raul Jungmann pediu liminar em ação contra Lula

SILVANA DE FREITAS
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma liminar da Justiça Federal suspendeu a medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, três dias após a votação do primeiro turno, destinou R$ 1,5 bilhão do Orçamento para várias áreas. A decisão também proíbe que o dinheiro seja gasto.
A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento informou que "o governo vai tomar as providências determinadas pela liminar". O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) pediu a liminar em ação popular contra a União, o presidente da República e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
A liminar foi concedida pela juíza federal da 2ª Vara Federal de Brasília, Candice Lavocat Galvão Jobim.
A juíza considerou que Lula violou norma da Constituição que proíbe a edição de MP para liberar crédito extraordinário do Orçamento, a não ser em casos excepcionais, para cobrir despesas imprevisíveis e urgentes ou decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública.
"Da análise dos motivos que justificam a edição da mencionada medida provisória, verifica-se que não se está diante de hipóteses às quais a Constituição Federal autorizou a abertura de crédito extraordinário. Isso porque não há, dentre as despesas a serem pagas, por meio desse crédito extraordinário, nenhuma que seja imprevisível e urgente, nos termos exigidos pela Carta Magna", afirmou.
Candice Lavocat Galvão é filha do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ilmar Galvão e nora do ex-ministro do STF Nelson Jobim, que se aposentou voluntariamente em 2005 e tem o nome citado como possível ministro de Estado em eventual segundo mandato de Lula.
Do R$ 1,5 bilhão previsto na MP, R$ 353,4 milhões foram destinados ao Ministério do Desenvolvimento Social para serem usados no pagamento de dívida com a Caixa Econômica Federal. Outros R$ 300 milhões, ao Ministério da Fazenda para melhoria no sistema de informática que controla arrecadação e dívida ativa. Já o Ministério dos Transportes iria dispor de R$ 231 milhões para aplicar em vários Estados.
Um dos Estados mais beneficiados com a medida provisória seria Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. A medida destinou a ele R$ 58 milhões. Ela também previu R$ 19,1 milhões para a criação de um centro de combate ao crime organizado na cidade de São Paulo, onde Lula teve votação baixa.


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