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ELEIÇÕES 2006 / PESQUISA
Eleitor repele críticas a rival na televisão
Pesquisa Datafolha mostra que para 44% dos brasileiros atacar o adversário no horário eleitoral é "nada importante"
Mais ligado a tática que eleitores desprezam, Alckmin vê aprovação ao seu programa na TV cair no segundo turno
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Atacar o adversário. A tática
que muita gente próxima a Geraldo Alckmin (PSDB) quer como prioridade para o horário
eleitoral na TV não é bem vista
pelos eleitores brasileiros.
Isso é o que mostra pesquisa
nacional do Datafolha, realizada nos dias 16 e 17 passados.
O levantamento tabulou dados sobre a propaganda na televisão e foi o primeiro desse tipo
após o início do programa presidencial do segundo turno.
E ele é cruel para os partidários da tática da "pancada". O
Datafolha perguntou aos entrevistados o grau de importância
de sete aspectos na publicidade
da TV dos candidatos.
E o item "crítica em relação
ao adversário" perdeu até para
o quesito "bem-humorada". Só
10% dos entrevistados dizem
que o ataque ao rival é muito
importante. Outros 19% classificaram isso como importante.
O bom humor teve, respectivamente, 13% e 33%.
Já os que dizem que a crítica
é nada importante são 44%. Os
aspectos que mais se aproximam disso são novamente o
bom humor e a emoção/comoção, ambos com 20%.
Para o eleitor, o mais importante no horário eleitoral é que
ele seja verdadeiro e claro
quanto às propostas de governo. Ambos são classificados como muito importante por 56%
dos entrevistados.
Na campanha para o segundo
turno, principalmente a partir
do debate na TV Bandeirantes,
quando partiu para o ataque
contra Lula, Alckmin subiu o
tom em relação aos escândalos
do governo petista.
Desde o começo da campanha do tucano seus organizadores se dividem entre os que pregam uma campanha mais positiva, como o marqueteiro Luiz
Gonzaga, e os que preferem
atacar Lula e seu governo, como lideranças do PFL, aliado
do PSDB na campanha presidencial 2006.
Pela pesquisa do Datafolha,
os eleitores na propaganda do
segundo turno mostram que o
lado "brigador" de Alckmin
tem mais peso. O instituto perguntou aos entrevistados qual
candidato se destaca mais em
cada um dos sete aspectos da
propaganda na TV. No impopular item críticas ao adversário,
Alckmin foi indicado por 64%
das pessoas, e Lula por 26%. Já
no ponto clareza nas propostas
de governo, o petista venceu
por 52% a 39%.
Com esse roteiro, o tucano
viu a avaliação da sua propaganda na televisão piorar. Após
os dias iniciais dos programas
no primeiro turno, 59% dos que
haviam assistido seu programa
o classificam como ótimo ou
bom. Agora, são 53%. A avaliação do programa de Lula ficou
dentro da margem de erro (2
pontos percentuais). Passou de
62% para 60%.
No Nordeste, o desempenho
de Lula é aprovado por 67%. No
Sul, Alckmin tem 63%.
Na última pesquisa de intenção de voto do Datafolha, realizada nos mesmos dias, Lula
tem uma vantagem de 19 pontos sobre Alckmin.
Audiência
Em relação a levantamento
realizado também logo após o
início da propaganda na televisão no primeiro turno, a audiência aumentou.
Agora, tanto no caso de Lula
quanto no de Alckmin 51% dos
entrevistados disseram já ter
assistido em algum dia a propaganda dos candidatos. No primeiro turno, esses índices
eram de 46% para o petista e
43% para os tucanos.
A pesquisa ouviu 7.133 eleitores em 348 cidades de 24 Estados e no Distrito Federal.
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