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Sem-terra liberam ferrovia da Vale no PA
MST ainda está acampado às margens da estrada de ferro; manifestantes continuam chegando à invasão
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
MARIANA SALLES
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PARAUAPEBAS (PA)
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desocuparam
ontem os trilhos da Estrada de
Ferro Carajás, no sudeste do
Pará. Os acampamentos montados às margens da ferrovia,
porém, continuam recebendo
mais manifestantes.
A ferrovia, da Companhia
Vale do Rio Doce, foi invadida
anteontem em trecho em Parauapebas (836 km de Belém).
Os trens voltaram a circular,
com restrições, no fim da tarde
de ontem. O tráfego havia sido
interrompido na quarta-feira.
Movimentos de garimpeiros
também se uniram aos sem-terra na ação. Os manifestantes
protestam contra a atuação da
mineradora e reivindicam a
reestatização da companhia,
privatizada há dez anos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, durante
sua viagem a Angola, sobre a invasão que não viu "nada que
não possa ser resolvido".
Representantes do governo
do Estado foram ao local para
negociar a liberação. Lideranças do MST dizem que conseguiram marcar para a próxima
semana reunião com representantes do governo federal em
Brasília para discutir as reivindicações. Mas pretendem deixar o local somente após a realização desse encontro .
Maria Raimunda César, da
direção estadual do MST, afirma que os acampados podem
voltar a invadir os trilhos se a
reunião com os representantes
não for mantida.
De acordo com a Polícia Militar, havia cerca de 800 pessoas
no local ontem. O MST diz que
são 2.600 famílias.
Agentes e delegados da Polícia Federal foram enviados ao
local. Segundo a assessoria da
PF, os policiais vão primeiramente negociar a desocupação
da área com os manifestantes.
Por ser uma concessão federal,
só policiais federais podem intervir no impasse. A PM do Pará somente monitora.
A assessoria da Vale diz que,
com a permanência dos manifestantes nas proximidades da
ferrovia, há riscos à segurança
dos "empregados da companhia e dos próprios invasores".
A companhia afirma que uma
usina da empresa no Maranhão
ficou sem matéria-prima por
causa da obstrução da ferrovia.
A empresa diz também que
aguarda o cumprimento de liminar concedida pelo Justiça
Federal anteontem determinando a reintegração de posse
da área invadida.
Colaborou FÁBIO ZANINI, enviado especial a Luanda (Angola)
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