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PSB-SP tenta se equilibrar entre PT e PSDB
A um ano das eleições, partido de Ciro Gomes apoia o presidente Lula no âmbito federal e o governador Serra no cenário estadual
Sem se decidir entre tucanos e petistas, legenda busca ampliar o seu poder em
SP, onde a chegada de Ciro alterou o xadrez eleitoral
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
A menos de um ano das eleições, o PSB (Partido Socialista
Brasileiro), peça decisiva do xadrez político de São Paulo, tem
como meta no Estado aquilo
que alguns de seus líderes definem reservadamente como
"socialismo de resultados",
mas que, na prática, pode ser
traduzido como equilibrar-se
entre o presidente Lula (PT) e o
governador José Serra (PSDB).
A legenda, indicada pelo Planalto, controla parte do principal porto do país, o de Santos,
ocupa a vice-liderança do governo paulista na Assembleia, e
não está disposta a deixar nem
a base de apoio de Lula nem a
do governador tucano paulista.
"Temos uma posição de centro-esquerda, porém com uma
visão menos ácida do que a dos
dois polos que controlam a política brasileira hoje, no caso, o
PT e o PSDB", diz o deputado
federal Márcio França, presidente do PSB paulista, líder de
seu partido na Câmara e um
dos articuladores da transferência do domicílio eleitoral do
colega Ciro Gomes (PSB-CE)
para São Paulo.
No governo Lula, foi criada
uma Secretaria Especial de
Portos, com status de ministério. O principal beneficiário do
projeto acabou sendo Pedro
Brito, o "ministro" da pasta e
homem de confiança de Ciro.
De seu lado, França, ex-prefeito de São Vicente, ampliou
seu poder na Baixada Santista.
"Nós, do PT, não temos nada no
porto de Santos. As diretorias
são ocupadas pelo PSB", diz a
vereadora santista e ex-prefeita
Telma de Souza. França nega.
"Nunca indiquei ninguém."
A secretaria foi o dote oferecido por Lula para incorporar
de vez o PSB à base de apoio ao
Planalto, mas o próprio França
admite sua proximidade com
os tucanos paulistas. "É uma
herança trazida desde os tempos do Mario Covas [governador do PSDB morto em 2001]."
Serra parceiro
Com a mudança de domicílio, Ciro tornou-se a opção preferencial de Lula para liderar
uma chapa anti-PSDB no território do governador José Serra,
em uma manobra que remonta
a grandes nomes da política.
Mas a ideia não encontra tanta ressonância dentro do PSB
paulista. "Prefiro ficar com a
palavra do próprio Ciro de que
não quer ser candidato ao governo. O Serra foi nosso principal parceiro nas eleições municipais do ano passado. É homem muito preparado", diz o
deputado estadual Jonas Donizete, vice-líder do tucano na
Assembleia Legislativa.
Espremido entre tucanos e
petistas, o PSB-SP aposta em
duas "estrelas" para alavancar
suas bancadas legislativas, o
que provoca temores entre os
petistas: o jogador Marcelinho
Carioca, candidato à Câmara
dos Deputados ou à Assembleia, e o escritor, professor e
apresentador de TV Gabriel
Chalita, egresso do PSDB.
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