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Dilma e Lina devem explicação pública, pressiona oposição
Declaração de ex-secretária, que teria achado agenda com data de reunião com ministra, reabre caso sobre ação do governo no fisco
Tucano ironiza Lula, que desafiou Lina a mostrar sua agenda com encontro com Dilma, a pedir que a chefe
da Casa Civil faça o mesmo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A declaração da ex-secretária
da Receita Federal Lina Vieira
de que achou a agenda com
anotação do encontro que diz
ter tido com a ministra Dilma
Rousseff (Casa Civil) reabre o
caso sobre a suposta ação do
governo para "agilizar" as investigações sobre a família Sarney, avaliaram ontem senadores e deputados da oposição.
"Dilma terá de vir a público e
se explicar", disse o líder do
DEM no Senado, José Agripino
(RN). "Está claro que a conversa sempre existiu", declarou
Pedro Simon (PMDB-RS). Outro senador, Osmar Dias (PDT),
pré-candidato ao governo do
Paraná, disse crer na palavra da
ministra, que sempre negou a
reunião com a ex-secretária.
José Aníbal (SP), líder do
PSDB na Câmara, pediu que Lina Vieira "colabore e venha a
público" pessoalmente.
Na agenda que Lina diz ter
encontrado, há menção a uma
audiência com Dilma na página
de 9 de outubro de 2008. Nessa
data, há de fato registro no Planalto da entrada de Lina.
Segundo a ex-secretária, o
encontro foi chamado por Dilma e teve um só tema: um pedido para "agilizar" a investigação do fisco nos negócios da família de José Sarney (PMDB),
aliado do governo Lula e hoje
presidente do Senado.
Em 19 de agosto, dez dias depois de ter feito a acusação em
entrevista à Folha, Lina depôs
no Senado. Ela confirmou sua
versão e deu mais detalhes.
Tanto a ministra como Lula
desdenharam das acusações e
desafiaram a ex-secretária a
apresentar provas da data exata do encontro. "Seria tão mais
simples e mais fácil se a secretária mandasse a agenda que se
encontrou com a Dilma", disse
Lula. "Era só pegar as duas
agendas e ver o que aconteceu."
Ontem o presidente do
PSDB, senador Sérgio Guerra
(PE), ironizou o desafio. "Agora
é só fazer o que Lula havia dito.
A Dilma tem de mostrar a
agenda dela." Ele defende a ida
da ministra ao Senado.
O líder do DEM, deputado
Ronaldo Caiado (GO), disse
que aguarda cópia do contrato
da empresa que faz monitoramento de imagens da entrada
no Planalto. Ele quer provar
que elas são armazenadas por
mais de 30 dias, ao contrário do
que alega o governo. "Com o
documento em mãos que comprove a existência das imagens,
passaria ao governo a tarefa de
apresentar esclarecimentos."
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