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Relatório de CPI vê braço do MST na Câmara
Entidades ligadas a sem-terra obteriam mais verba após representantes irem trabalhar para deputados
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Relatório da CPI das ONGs,
no Senado, mapeou entidades
ligadas ao MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) que contam com representantes na Câmara a trabalhar por mais verbas para si.
O documento revela que parte delas recebeu mais recursos
da União depois que seus representantes foram trabalhar
para deputados.
O texto cita assessores e ex-assessores dos deputados petistas Marco Maia (RS), Assis
do Couto (PR), Anselmo de Jesus (RO) e Adão Preto (RS), já
morto. "Suspeita-se da ocorrência de desvio de recursos
públicos, bem como formação
de quadrilha", diz o relatório.
A Folha apurou que o documento deu base para as quebras de sigilos de ao menos
quatro entidades parceiras do
MST que receberam cerca
R$ 50 milhões dos cofres públicos. São elas: Anca (Associação
Nacional de Cooperação Agrícola), Concrab (Confederação
das Cooperativas de Reforma
Agrária do Brasil), Cepatec
(Centro de Formação e Pesquisas Contestado) e Fetraf-Sul
(Federação dos Trabalhadores
na Agricultura Familiar da Região Sul).
Os deputados localizados pela reportagem admitem que
empregaram representantes
das entidades. Mas negam ter
ligação com o MST.
"É uma afirmativa falsa dizer
que há um braço do MST na
Câmara. O que existe são deputados ligados a pequenos e
grandes agricultores", disse
Marco Maia. Durante dois
anos, ele manteve um funcionário que, segundo o relatório,
tinha relação com 13 entidades.
Assessores e ex-assessores
do deputado Assis do Couto
também foram citados no documento, que contabilizou repasses de até R$ 46 milhões para entidades representadas por
eles. Desse total, R$ 38 milhões
foram liberados quando trabalhavam para o deputado.
O texto diz que Couto apresentou 11 emendas no valor de
R$ 4,83 milhões para ações da
Concrab, da Anca e do MST, ligadas a seus funcionários.
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