São Paulo, quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Próximo Texto | Índice

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Fila do ponto

Depois do desgaste causado por levar à pauta o reajuste dos aposentados, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), tentará hoje ser o fiador de um acordo para votar outro projeto de forte apelo eleitoral: a emenda que trata da redução da jornada para 40 horas. Em seu gabinete, sentarão os representantes das centrais sindicais e do empresariado, como os deputados Armando Monteiro Neto (PTB-PE), presidente da CNI, e Sandro Mabel (PR-GO).
A proposta é diminuir gradativamente a jornada, hoje de 44 horas, e simultaneamente atender um pleito dos empregadores, a retração dos encargos em folha de 20% para 14%. "A proposta é viável, desde que uma coisa venha combinada com a outra", diz Mabel.




Leãozinho. Lula, que ao chegar de viagem soube ter recebido telefonema da mãe de Caetano Veloso, ligou de volta. "Conversei com a companheira Canô", disse todo animado a auxiliares. Como se sabe, ela discordou publicamente das considerações do filho sobre o presidente.

Cristal japonês. Feito para arrancar lágrimas da plateia, "Lula, o Filho do Brasil" não conseguiu produzir esse efeito sobre os parlamentares governistas que compareceram anteontem à abertura do Festival de Brasília. Deixaram a sessão num clima de "desculpe, mas eu não chorei".

Perfil. A certa altura do filme, o personagem Lula diz à então namorada Marisa Letícia que adora "mulheres nervosas". Dúvida de um integrante do primeiro escalão presente à sessão de anteontem: "Será que ele estava se referindo à ministra Dilma?".

Tipo Diná. Os ensinamentos que Lula recebe da mãe são todos tão proféticos que, à saída da sessão, houve quem defendesse um outro nome para o filme: "Mãe Lindu".

Velhos tempos. A CUT abriu conta bancária para seus filiados depositarem ajuda a Luiza Erundina (PSB), condenada a pagar R$ 353 mil à Prefeitura de São Paulo. A entidade também fará depósito de R$ 20 mil com o argumento de que a punição à ex-prefeita se refere a uma greve encampada pela central em 1989.

Classe. Nota da Federação Nacional dos Urbanitários, que agrega praticamente todos os eletricitários do país, cobra "diminuição da dependência de Itaipu" e "diversificação da matriz energética".

Distensão. Uma das vozes do governo mais críticas ao furor suspensivo do TCU, Paulo Bernardo (Planejamento) almoçou ontem em Brasília com o presidente do tribunal, Ubiratan Aguiar, e o ministro Valmir Campello.

Veja bem. O TCU alega que, embora tenha fornecido subsídios, não foi responsável pelo acordo entre o Ministério Público e empreiteiras que resultou na manutenção das as obras do Rodoanel apesar de irregularidades apontadas.

Plantão 1. O documento do governo para a Confecom (Conferência Nacional de Comunicação), a ser realizada em dezembro, defende a veiculação gratuita de mensagens de "orientação à população" na TV quando houver crise na área de saúde pública.

Plantão 2. Argumento: mesmo com o desconto dado pelas emissoras nesses casos, o custo é alto. "O governo é muito onerado para proteger a população", diz o texto.

Outro lado. Líder do PSDB na Câmara paulistana, Carlos Bezerra diz que "seria ético, além de correto pelo regimento", o ex-tucano Gabriel Chalita (PSB) devolver ao partido sua cadeira na CCJ.

Visita à Folha. Micarla de Sousa (PV), prefeita de Natal (RN), visitou ontem a Folha. Estava acompanhada de Jean Valério, secretário de Comunicação Social, e Nelio Jr., assessor de imprensa.

com SÍLVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

Se o Berzoini desafia a oposição a fazer ela também um filme, então reconhece que "Lula, o Filho do Brasil" não passa de uma peça de propaganda estatal e eleitoreira.

Da senadora MARISA SERRANO (PSDB-MS), em resposta ao presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP).

Contraponto

O guarda-costas

O líder da bancada tucana na Câmara, José Aníbal, folheava dias atrás o livro "Churchill e os Judeus" no gabinete contíguo ao do governador de São Paulo, José Serra, com quem falaria em seguida.
A folhas tantas, deparou-se com a foto de um funcionário encarregado de provar toda e qualquer comida, bebida ou charuto dado ao premiê britânico, de modo a protegê-lo de eventual tentativa de envenenamento.
Quando Serra chegou e Aníbal comentou o que havia encontrado no livro, o anfitrião resolveu provocar:
-Você faria isso por mim?
Os dois caíram na risada.


Próximo Texto: Lula busca aval jurídico para Battisti continuar no Brasil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.