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RUMO A 2006
Em evento do presidente da Câmara, ministro diz que deputado está apto a representar o PT em qualquer eleição
Dirceu apóia pré-candidatura de João Paulo
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Num evento de prestação de
contas do mandato do presidente
da Câmara, João Paulo Cunha
(PT-SP), que, segundo a coordenação, reuniu mais de 2 mil pessoas e representantes de 202 cidades paulistas, além de lideranças
políticas, como o ministro Antonio Palocci (Fazenda), o ministro
José Dirceu (Casa Civil) declarou
apoio à pré-candidatura do deputado ao governo do Estado.
"João Paulo está capacitado para nos representar em qualquer
eleição e para qualquer cargo",
discursou Dirceu, arrancando
aplausos da platéia. "Temos de ter
transparência entre nós", declarou, para, logo em seguida, minimizar a discussão sobre as eleições. "Nosso objetivo para 2006
não está, e não deve estar, na
agenda do governo neste ano [em
2005], mas é evidente que está na
hora de o PT governar São Paulo."
O ministro da Casa Civil avaliou
que "a eleição de 2006 está longe e
perto". Para Dirceu, o partido e o
governo "passaram no teste eleitoral de 2004". O objetivo, agora, é
"pensar em longo prazo e cuidar
do partido".
Dirceu também adiantou que, a
partir do próximo ano, deverá se
dedicar à articulação política do
PT no Estado. Ele disse que já avisou o presidente nacional do partido, José Genoino, sobre sua intenção. "Quero participar mais do
PT e vou percorrer o Estado de
São Paulo [com essa intenção]".
As declarações simpáticas de José Dirceu a João Paulo Cunha
ocorrem depois de o ministro já
ter declarado apoio ao senador
Aloizio Mercadante (PT-SP), outro pré-candidato do partido ao
governo do Estado. Mercadante,
que participou da plenária de
João Paulo, deixou o Anhembi,
onde se realizava o evento, antes
de Dirceu começar a discursar.
Logo que chegou, o ministro falou
rapidamente, no palco, com Mercadante.
O senador afirmou, ao chegar,
que "o partido não vai antecipar o
processo eleitoral". Essa também
foi a tônica adotada por José Genoino.
João Paulo, em entrevista concedida antes do discurso de José
Dirceu, afirmou que o momento
para o partido "não é de discutir
nomes, mas perfil, que é mais importante que o nome". Ele avaliou
que o PSDB "está se exaurindo no
Estado, após três mandatos, e o
PT tem todas as condições de eleger o governador".
Sobre sua pré-candidatura, procurou demonstrar humildade.
"Tem muita gente que lembra do
meu nome e fico orgulhoso. Vou
aceitar o desafio de discutir isso
na hora certa".
O prefeito eleito de Osasco,
Emídio de Souza, apesar de considerar que é "um pouco cedo" para iniciar uma discussão sobre as
eleições de 2006, considerou que a
candidatura de João Paulo "começou a ser gestada" no evento
de ontem. O deputado federal
Wagner Rubinelli (PT-SP), de
Mauá, também mostrou-se entusiasta da candidatura de João
Paulo. "Ele tem meu apoio."
Avaliação
Em seu discurso, o presidente
da Câmara citou ações que realizou à frente do cargo e que considera importantes. E pediu para
que os militantes defendam, "sem
vergonha", o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
se engajem na política.
"Quando as pessoas do bem se
afastam da política, as do mal
ocupam espaço", afirmou. Ele
também mencionou várias vezes
o nome da prefeita Marta Suplicy,
considerada uma das pré-candidatas do partido ao governo do
Estado. "Na política, muitas vezes
a sinceridade não é valorizada. A
Marta é sincera e pagou o preço
por isso."
Marta, que no encontro do Diretório Nacional do PT, no mês
passado, leu uma carta na qual
culpava, entre outros motivos, a
política econômica do governo federal por sua derrota, ontem era
todo elogios para Lula. "São Paulo
só tem a agradecer a presença do
presidente e seu apoio em todos
os momentos de nosso mandato", discursou.
Na reunião do PT, Marta havia
dito que "repercutiu nas eleições
o desgaste do governo federal por
conta dos fatores políticos, midiáticos e sociais próprios à conjuntura nacional". Ontem, porém,
afirmou que apoiou a política
econômica do presidente, "que
agora começa a vingar".
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