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Construtora pede apuração de vazamento
Camargo Corrêa pede abertura de inquérito para investigar a divulgação de dados de operação da PF para a imprensa
Advogado diz que empresa foi informada da conclusão de inquérito pelos jornais e pede para ter acesso a texto final sobre Castelo de Areia
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A construtora Camargo Corrêa pediu à Justiça Federal a
abertura de um inquérito para
apurar o vazamento de informações da Operação Castelo de
Areia, deflagrada pela Polícia
Federal, que investiga supostas
remessas ilegais da empresa
para o exterior e doações "por
fora" a partidos e políticos.
Na petição, entregue no último dia 10 ao juiz federal Fausto
De Sanctis, da 6ª Vara Criminal
de São Paulo, o advogado Celso
Vilardi diz que, "estarrecido",
só ficou sabendo da conclusão
do relatório da Polícia Federal
por meio da imprensa.
"Trata-se de uma nova e inusitada modalidade de acompanhamento processual", escreveu o advogado.
No documento, Vilardi afirma que "parece lógico que documentos apreendidos, que
não são de propriedade da Justiça, mas dos réus e da empresa
para a qual trabalham, não podem ser divulgados. Afinal, o
que foi determinado [pelo juiz]
foi a publicidade da acusação e
das decisões judiciais, e não dos
documentos apreendidos".
No pedido, Vilardi diz que a
"simples leitura dos jornais
basta para se verificar que vários documentos foram entregues aos jornalistas, inclusive
com a publicação de nomes supostamente citados".
"O próprio Ministério Público Federal havia afirmado que,
como dispunha apenas de elementos indiciários, iria preservar o nome de pessoas. Porém,
o que houve foi um vazamento
temerário de informações, expondo indevidamente pessoas
e prejudicando reputações antes mesmo de a gente ter acesso
à investigação. A empresa tem
o direito de se defender e esse
debate não deve ser na imprensa", disse Vilardi ontem.
Junto ao pedido, a defesa
anexou reportagens sobre a
Castelo de Areia. De Sanctis
ainda não analisou a petição.
Com o recesso da Justiça, isso
só será possível em janeiro.
Ao juiz, Vilardi pediu ainda
cópia da íntegra do relatório final da PF e a todos os documentos apreendidos na operação. A petição foi acolhida por
De Sanctis, que deu um prazo
de 24 horas. Mas, com o recesso
do Judiciário, só será cumprida
a partir de 7 de janeiro.
Também no mês que vem o
juiz De Sanctis deve decidir se
recebe a segunda denúncia referente à operação, contra três
executivos da empresa.
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