São Paulo, sábado, 19 de dezembro de 2009

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Construtora pede apuração de vazamento

Camargo Corrêa pede abertura de inquérito para investigar a divulgação de dados de operação da PF para a imprensa

Advogado diz que empresa foi informada da conclusão de inquérito pelos jornais e pede para ter acesso a texto final sobre Castelo de Areia


LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A construtora Camargo Corrêa pediu à Justiça Federal a abertura de um inquérito para apurar o vazamento de informações da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga supostas remessas ilegais da empresa para o exterior e doações "por fora" a partidos e políticos.
Na petição, entregue no último dia 10 ao juiz federal Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, o advogado Celso Vilardi diz que, "estarrecido", só ficou sabendo da conclusão do relatório da Polícia Federal por meio da imprensa.
"Trata-se de uma nova e inusitada modalidade de acompanhamento processual", escreveu o advogado.
No documento, Vilardi afirma que "parece lógico que documentos apreendidos, que não são de propriedade da Justiça, mas dos réus e da empresa para a qual trabalham, não podem ser divulgados. Afinal, o que foi determinado [pelo juiz] foi a publicidade da acusação e das decisões judiciais, e não dos documentos apreendidos".
No pedido, Vilardi diz que a "simples leitura dos jornais basta para se verificar que vários documentos foram entregues aos jornalistas, inclusive com a publicação de nomes supostamente citados".
"O próprio Ministério Público Federal havia afirmado que, como dispunha apenas de elementos indiciários, iria preservar o nome de pessoas. Porém, o que houve foi um vazamento temerário de informações, expondo indevidamente pessoas e prejudicando reputações antes mesmo de a gente ter acesso à investigação. A empresa tem o direito de se defender e esse debate não deve ser na imprensa", disse Vilardi ontem.
Junto ao pedido, a defesa anexou reportagens sobre a Castelo de Areia. De Sanctis ainda não analisou a petição. Com o recesso da Justiça, isso só será possível em janeiro.
Ao juiz, Vilardi pediu ainda cópia da íntegra do relatório final da PF e a todos os documentos apreendidos na operação. A petição foi acolhida por De Sanctis, que deu um prazo de 24 horas. Mas, com o recesso do Judiciário, só será cumprida a partir de 7 de janeiro.
Também no mês que vem o juiz De Sanctis deve decidir se recebe a segunda denúncia referente à operação, contra três executivos da empresa.


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