São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

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Justiça analisa queixa-crime contra Rainha

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PRESIDENTE PRUDENTE

O procurador-geral de Justiça da Bahia, Aquiles Siquara Filho, começou a analisar ontem uma queixa-crime contra José Rainha Jr., líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no Pontal do Paranapanema (SP).
A ação foi encaminhada ao Ministério Público Estadual pela Faeb (Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia), que acusa Rainha de incitar violência e perturbar a paz pública em Itabuna (BA). Segundo a denúncia, Rainha teria estimulado os sem-terra a invadir propriedades na região. "O que Lula não fizer com a caneta, nós vamos fazer com foices e facões", disse a cerca de 1.200 sem-terra do sul da Bahia, no último dia 9. O discurso foi gravado por emissoras de rádio e televisão.
O presidente da Faeb, João Martins da Silva Júnior, disse que o Ministério Público deve investigar as ações de Rainha e do MST na região de Itabuna. Segundo a entidade, a fazenda onde foi feito o discurso é produtiva. Na ação, a Faeb alega ainda que Rainha está "incitando a formação de quadrilhas ou bandos para a prática de crimes contra a paz pública".
O coordenador do MST na Bahia, Valmir Assunção, disse que a fazenda não é produtiva. "Martins Júnior é um fazendeiro retrógrado, que gosta de perseguir o nosso movimento", afirmou.
Rainha disse ontem que estuda deixar o Pontal e ir para a Bahia -a sugestão havia sido feita por seu advogado, o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), pois ele poderia sofrer uma "gincana de condenações". (LUIZ FRANCISCO e CRISTIANO MACHADO)


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