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NO AR
O preço
NELSON DE SÁ
EDITOR DE ILUSTRADA
Da Globo:
- Por 20 dias úteis de
trabalho, cada parlamentar vai
receber dois salários extras, o
equivalente a R$ 1.284 por dia.
Trata-se da "convocação extraordinária", que levou a cobertura à revolta, ontem, num
dia sem muito mais o que noticiar. Da CBN:
- A abertura da convocação
extraordinária durou apenas
quatro minutos.
Não estavam lá nem o peemedebista presidente do Senado
nem o petista presidente da Câmara.
Sobrou para Inocêncio Oliveira, pefelista meio sumido, agora
na oposição, e que abriu os trabalhos -ou a falta de.
Sobrou para ele, parlamentar
sempre disposto a arrostar a
opinião pública, dizer que os R$
50 milhões a serem gastos valem
a pena, porque "a democracia
não tem preço".
Mas o Congresso bem que podia reduzir suas férias de 90
dias, insistiu a Globo:
- O projeto está pronto para
ser levado ao plenário. Depende
dos parlamentares votar o assunto.
Podiam até votar durante a
"convocação extraordinária".
Aloizio Mercadante disse à Jovem Pan estar "satisfeito" em ser
líder do governo.
Segundo a CBN, ele "descartou" ser o "superministro" do
Desenvolvimento Social, nova
pasta que vem alimentando a
"bolsa de apostas", expressão de
Franklin Martins.
Ele não quer -ou não o quiseram. Nem José Genoino. Nem,
pelo que noticiou o Jornal da Record, Ricardo Berzoini. Nem Ciro Gomes.
Pelas "apostas", ninguém quer
cuidar do "social", nem para ser
"superministro".
O Jornal Nacional vem tentando, bem como a BBC Brasil.
Mas é difícil ouvir algo além do
discurso corriqueiro -e muito
gasto- no Fórum Social Mundial, na Índia.
Ouve-se na Globo que Lula foi
criticado no evento por defender
a liberalização da agricultura
-e que tal crítica é um erro,
pois a agricultura dá empregos,
exporta etc.
Ouve-se na BBC que um ativista britânico, "estrela" do
evento, disse que com a globalização de FMI e outros não é possível fazer muito pelos pobres,
por exemplo, no Brasil:
- FHC tinha boas intenções,
mas o FMI não deixou.
Ouve-se de Joseph Stiglitz, Nobel de economia, que a América
Latina é exemplo de como o receituário de FMI e outros não
traz redistribuição de renda ou
crescimento.
Nada de novo no front dos discursos.
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