São Paulo, terça-feira, 20 de janeiro de 2004

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NO AR

O preço

NELSON DE SÁ
EDITOR DE ILUSTRADA

Da Globo:
- Por 20 dias úteis de trabalho, cada parlamentar vai receber dois salários extras, o equivalente a R$ 1.284 por dia.
Trata-se da "convocação extraordinária", que levou a cobertura à revolta, ontem, num dia sem muito mais o que noticiar. Da CBN:
- A abertura da convocação extraordinária durou apenas quatro minutos.
Não estavam lá nem o peemedebista presidente do Senado nem o petista presidente da Câmara.
Sobrou para Inocêncio Oliveira, pefelista meio sumido, agora na oposição, e que abriu os trabalhos -ou a falta de.
Sobrou para ele, parlamentar sempre disposto a arrostar a opinião pública, dizer que os R$ 50 milhões a serem gastos valem a pena, porque "a democracia não tem preço".
Mas o Congresso bem que podia reduzir suas férias de 90 dias, insistiu a Globo:
- O projeto está pronto para ser levado ao plenário. Depende dos parlamentares votar o assunto.
Podiam até votar durante a "convocação extraordinária".
 
Aloizio Mercadante disse à Jovem Pan estar "satisfeito" em ser líder do governo.
Segundo a CBN, ele "descartou" ser o "superministro" do Desenvolvimento Social, nova pasta que vem alimentando a "bolsa de apostas", expressão de Franklin Martins.
Ele não quer -ou não o quiseram. Nem José Genoino. Nem, pelo que noticiou o Jornal da Record, Ricardo Berzoini. Nem Ciro Gomes.
Pelas "apostas", ninguém quer cuidar do "social", nem para ser "superministro".
 
O Jornal Nacional vem tentando, bem como a BBC Brasil. Mas é difícil ouvir algo além do discurso corriqueiro -e muito gasto- no Fórum Social Mundial, na Índia.
Ouve-se na Globo que Lula foi criticado no evento por defender a liberalização da agricultura -e que tal crítica é um erro, pois a agricultura dá empregos, exporta etc.
Ouve-se na BBC que um ativista britânico, "estrela" do evento, disse que com a globalização de FMI e outros não é possível fazer muito pelos pobres, por exemplo, no Brasil:
- FHC tinha boas intenções, mas o FMI não deixou.
Ouve-se de Joseph Stiglitz, Nobel de economia, que a América Latina é exemplo de como o receituário de FMI e outros não traz redistribuição de renda ou crescimento.
Nada de novo no front dos discursos.


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