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Testemunha envolve 2 ex-governadores
Investigação de contas de conselheiro pode chegar a Quércia e Fleury, afirma procurador-geral de Justiça
DA REPORTAGEM LOCAL
Os nomes dos ex-governadores paulistas Orestes Quércia e
Luiz Antonio Fleury Filho foram citados no ofício enviado
pelo governo brasileiro aos
EUA como supostos envolvidos
no pagamento de propina ao
presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo,
Eduardo Bittencourt Carvalho.
Quércia e Fleury afirmam
que a acusação é absurda e totalmente sem sentido.
"Estamos investigando todas
as denúncias envolvendo os fatos e vamos chegar às últimas
conseqüências. Existe a possibilidade de eles serem investigados também", afirmou o procurador-geral de Justiça do Estado de SP, Rodrigo Pinho.
Bittencourt foi indicado para
a vaga da Assembléia Legislativa no TCE durante a gestão
Quércia (1987 a março de 1991).
Os ex-governadores foram
citados em depoimento gravado pelo promotor Sílvio Marques. A testemunha, que tem o
nome mantido em sigilo, é considerada a principal informante no caso. Ela trabalhou durante anos com o conselheiro.
No depoimento, a testemunha afirmou que Quércia e
Fleury pagaram para que o conselheiro conseguisse a aprovação de suas contas de governo.
Afirmou ainda que, com o suposto dinheiro dado por Quércia, por volta de 1990, Bittencourt comprou uma fazenda na região de Nhecolândia, em Corumbá (MS).
Segundo a Folha apurou,
Bittencourt registrou a aquisição de uma fazenda em Corumbá em 22 de dezembro de
1998. A compra, de acordo com
documentos obtidos pela reportagem, foi de R$ 1 milhão,
em valor atualizado.
O ex-funcionário relatou
ainda ter presenciado encontro
sigiloso entre o conselheiro e
Fleury, que governou o Estado
entre março de 1991 e 1994.
Disse que, no último ano de
gestão, Fleury foi ao apartamento de Bittencourt. Segundo ele, o encontro foi precedido
de minucioso rastreamento de
linhas telefônicas e cômodos
do apartamento, para verificar
se havia escutas telefônicas ou
aparelhos de gravação.
A fazenda Anhumas, em Corumbá, foi comprada da Chalet
Agropecuária Ltda, de Botucatu (SP), que pertence ao criador de gados Luiz Eduardo Batalha, amigo de faculdade de Fleury. Em reportagem da revista "Veja", de agosto de 2006,
Batalha foi citado como suposto testa-de-ferro de Fleury. Ele
configuraria como proprietário
de fazendas do ex-governador.
Batalha negou as acusações e
Fleury ingressou com um processo contra a revista.
Segundo a Folha apurou, a
fazenda Anhumas tem hoje
cerca de 32 mil hectares, com
24 mil cabeças de gado, sendo
12 mil matrizes. O terreno cresceu entre 2000 e 2001, quando
Bittencourt adquiriu outras
quatro propriedades vizinhas à
fazenda, segundo documento
obtido pela reportagem.
No ano passado, Bittencourt
e duas filhas montaram sociedade com o responsável pela
contabilidade da fazenda, José
de Jesus Afonso, e investiram
no ramo educacional. Fundaram o instituto de ensino Educa, que tem capital social de R$
100 mil. O instituto, voltado ao
curso jurídico, deve começar a
funcionar neste ano.
(LC)
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