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PSDB acusa Dilma de usar "retórica do medo"
Paulo Renato Souza, secretário da Educação do governo Serra, afirma que o PT reproduz "tática de Hitler, de repetir mentiras"
Governador paulista nega fim do Bolsa Família e critica exploração eleitoral de atos administrativos e uso do governo para efeito político
DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A ARAÇUAÍ (MG)
O comando do PSDB tentou
ontem desqualificar o discurso
da ministra da Casa Civil e potencial candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Embora parte do tucanato tenha condenado o confronto -por conferir visibilidade à ministra-, o
PSDB divulgou ontem nota em
que a acusa de praticar a "retórica do medo e da mentira".
"Diante de sua reconhecida
falta de experiência política, a
ministra Dilma Rousseff adota
as conhecidas artimanhas do
PT que, historicamente, aprimorou de maneira nunca vista
a retórica do medo e da mentira", diz a nota, assinada pela senadora Marisa Serrano (MS).
Na sua nota, o PSDB afirma
que o PT criou uma "fantasia
sobre o fim dos programas sociais" -o texto não menciona a
expressão "Bolsa Família".
Citado por Dilma, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra
(PE) -que está nos EUA- não
é signatário da nota, que reitera
suas críticas ao PAC. Segundo a
nota, o PAC é apenas um slogan: "O PAC não passa de um
amontoado de obras sem foco
nem objetivo. As raras inaugurações têm servido, apenas, para o treinamento intensivo do
uso de palanques eleitorais para a ministra", diz o documento. Originalmente mais agressivo, o texto foi suavizado.
O líder do PSDB na Câmara
dos Deputados, José Anibal
(SP), declarou que a "linguagem rebaixada de Dilma" prova
que ela não é mineira.
Ex-ministro da Educação do
presidente Fernando Henrique
Cardoso e atual secretário da
Educação do governador José
Serra, Paulo Renato Souza afirmou que o PT reproduz "tática
de Hitler, de repetir mentiras".
"Criamos o Bolsa Escola, que
o governo Lula criticou porque
dava dinheiro às pessoas. Eles
criaram o Fome Zero, que foi
um vexame, e perceberam que
o programa que acusavam ser
neoliberal era bom."
O deputado Jutahy Magalhães (BA) chamou de "primário" o discurso de Dilma. "Em
2008, os mais primários dos
candidatos recorriam a esse
discurso. Já cansou."
Possível candidato do PSDB
à Presidência, o governador José Serra procurou, já em 2009,
um antídoto para o discurso de
que, eleito, extinguiria o Bolsa
Família. Em entrevistas a programas populares, disse que ele
seria mantido e aperfeiçoado.
Ontem, ao apresentar material didático da rede estadual,
Serra criticou a exploração eleitoral de ações administrativas.
Numa clara resposta à declaração do presidente Lula de que
vai inaugurar o máximo de
obras, Serra disse que o material "esconde o nome do governo" de São Paulo "porque tucano faz tudo direitinho" e não
usa "o poderio do governo para
efeito de natureza política":
"Tucano é nota 100 nessa matéria. Nem todo mundo na política do Brasil é nota 100".
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