São Paulo, quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

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PSDB acusa Dilma de usar "retórica do medo"

Paulo Renato Souza, secretário da Educação do governo Serra, afirma que o PT reproduz "tática de Hitler, de repetir mentiras"

Governador paulista nega fim do Bolsa Família e critica exploração eleitoral de atos administrativos e uso do governo para efeito político


DA REPORTAGEM LOCAL
DO ENVIADO A ARAÇUAÍ (MG)

O comando do PSDB tentou ontem desqualificar o discurso da ministra da Casa Civil e potencial candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Embora parte do tucanato tenha condenado o confronto -por conferir visibilidade à ministra-, o PSDB divulgou ontem nota em que a acusa de praticar a "retórica do medo e da mentira".
"Diante de sua reconhecida falta de experiência política, a ministra Dilma Rousseff adota as conhecidas artimanhas do PT que, historicamente, aprimorou de maneira nunca vista a retórica do medo e da mentira", diz a nota, assinada pela senadora Marisa Serrano (MS).
Na sua nota, o PSDB afirma que o PT criou uma "fantasia sobre o fim dos programas sociais" -o texto não menciona a expressão "Bolsa Família".
Citado por Dilma, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE) -que está nos EUA- não é signatário da nota, que reitera suas críticas ao PAC. Segundo a nota, o PAC é apenas um slogan: "O PAC não passa de um amontoado de obras sem foco nem objetivo. As raras inaugurações têm servido, apenas, para o treinamento intensivo do uso de palanques eleitorais para a ministra", diz o documento. Originalmente mais agressivo, o texto foi suavizado.
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, José Anibal (SP), declarou que a "linguagem rebaixada de Dilma" prova que ela não é mineira.
Ex-ministro da Educação do presidente Fernando Henrique Cardoso e atual secretário da Educação do governador José Serra, Paulo Renato Souza afirmou que o PT reproduz "tática de Hitler, de repetir mentiras".
"Criamos o Bolsa Escola, que o governo Lula criticou porque dava dinheiro às pessoas. Eles criaram o Fome Zero, que foi um vexame, e perceberam que o programa que acusavam ser neoliberal era bom."
O deputado Jutahy Magalhães (BA) chamou de "primário" o discurso de Dilma. "Em 2008, os mais primários dos candidatos recorriam a esse discurso. Já cansou."
Possível candidato do PSDB à Presidência, o governador José Serra procurou, já em 2009, um antídoto para o discurso de que, eleito, extinguiria o Bolsa Família. Em entrevistas a programas populares, disse que ele seria mantido e aperfeiçoado.
Ontem, ao apresentar material didático da rede estadual, Serra criticou a exploração eleitoral de ações administrativas.
Numa clara resposta à declaração do presidente Lula de que vai inaugurar o máximo de obras, Serra disse que o material "esconde o nome do governo" de São Paulo "porque tucano faz tudo direitinho" e não usa "o poderio do governo para efeito de natureza política": "Tucano é nota 100 nessa matéria. Nem todo mundo na política do Brasil é nota 100".


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