São Paulo, quarta, 20 de janeiro de 1999

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SP quer vender logo Cesp e Comgás

CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local

O governo de São Paulo pretende privatizar a Comgás e as 21 usinas da Cesp (Companhia Energética de São Paulo) até o início do segundo semestre.
As duas empresas deveriam ter sido vendidas no primeiro mandato de Mário Covas (PSDB), mas vários fatores acabaram adiando a privatização.
No caso da Comgás, houve atraso na votação da emenda constitucional que permite a concessão, para a iniciativa privada, dos serviços de exploração de gás natural.
Em relação à Cesp, o governo federal ainda tem de concluir a regulamentação da área de geração de energia e definir a tarifa que será aplicada ao setor. Sem essas regras, não é possível estabelecer o preço mínimo da empresa.
² Divisão
O vice-governador Geraldo Alckmin, que reassumiu ontem a presidência do Conselho Diretor do Ped (Programa Estadual de Desestatização), diz que a geração da Cesp será dividia em três companhias, de acordo com as bacias hidrográficas nas quais estão localizadas as usinas.
A legislação que regulamenta a exploração do gás permite que o Estado seja dividido em até três áreas de concessão.
Segundo Alckmin, o mais provável é que sejam adotadas as três áreas. Nesse caso, seria privatizada a Comgás propriamente dita e mais duas concessões para exploração de gás em regiões nas quais a empresa não atua.
A Comgás atende apenas 17 dos 645 municípios de São Paulo. Sua área de atuação é a capital e o Vale do Paraíba.
"A empresa não tem recursos para investir em obras de infra-estrutura em todo o Estado", diz Alckmin. O vice-governador acrescenta que esses investimentos serão necessários com o gasoduto Brasil-Bolívia, que corta todo o Estado e deve entrar em funcionamento no próximo mês.
Alckmin acredita que o modelo de privatização e o preço mínimo da Comgás poderão estar definidos em até 30 dias.
O processo da Cesp deve ser um pouco mais lento, em razão da indefinição das regras para as tarifas de geração de energia.
² Três empresas
Com 11.200 MW de potência instalada, a Cesp é uma das maiores geradoras de energia do país. As três novas empresas que surgirão de sua cisão são Paraná, Tietê e Paranapanema (nomes dos rios onde estão as usinas).
A maior delas será a do rio Paraná, que concentra 60% da energia produzida no Estado. Em seguida, estão Tietê (21%) e Paranapanema (19%). Alckmin afirma que o governo desistiu da idéia de vender separadamente as três usinas do Rio Pardo. Elas serão integradas às do rio Tietê.
A venda das usinas da Cesp completa o processo de privatização do setor elétrico de São Paulo. No primeiro mandato, Covas vendeu todas as distribuidoras de energia: CPFL, Elektro (ex-Cesp) e Eletropaulo, que foi divida em duas (Metropolitana e Bandeirante).



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