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SP quer vender logo Cesp e Comgás
CLÁUDIA TREVISAN
da Reportagem Local
O governo de São Paulo pretende
privatizar a Comgás e as 21 usinas
da Cesp (Companhia Energética
de São Paulo) até o início do segundo semestre.
As duas empresas deveriam ter
sido vendidas no primeiro mandato de Mário Covas (PSDB), mas vários fatores acabaram adiando a
privatização.
No caso da Comgás, houve atraso na votação da emenda constitucional que permite a concessão,
para a iniciativa privada, dos serviços de exploração de gás natural.
Em relação à Cesp, o governo federal ainda tem de concluir a regulamentação da área de geração de
energia e definir a tarifa que será
aplicada ao setor. Sem essas regras,
não é possível estabelecer o preço
mínimo da empresa.
²
Divisão
O vice-governador Geraldo
Alckmin, que reassumiu ontem a
presidência do Conselho Diretor
do Ped (Programa Estadual de Desestatização), diz que a geração da
Cesp será dividia em três companhias, de acordo com as bacias hidrográficas nas quais estão localizadas as usinas.
A legislação que regulamenta a
exploração do gás permite que o
Estado seja dividido em até três
áreas de concessão.
Segundo Alckmin, o mais provável é que sejam adotadas as três
áreas. Nesse caso, seria privatizada
a Comgás propriamente dita e
mais duas concessões para exploração de gás em regiões nas quais a
empresa não atua.
A Comgás atende apenas 17 dos
645 municípios de São Paulo. Sua
área de atuação é a capital e o Vale
do Paraíba.
"A empresa não tem recursos para investir em obras de infra-estrutura em todo o Estado", diz Alckmin. O vice-governador acrescenta que esses investimentos serão
necessários com o gasoduto Brasil-Bolívia, que corta todo o Estado
e deve entrar em funcionamento
no próximo mês.
Alckmin acredita que o modelo
de privatização e o preço mínimo
da Comgás poderão estar definidos em até 30 dias.
O processo da Cesp deve ser um
pouco mais lento, em razão da indefinição das regras para as tarifas
de geração de energia.
²
Três empresas
Com 11.200 MW de potência instalada, a Cesp é uma das maiores
geradoras de energia do país. As
três novas empresas que surgirão
de sua cisão são Paraná, Tietê e Paranapanema (nomes dos rios onde
estão as usinas).
A maior delas será a do rio Paraná, que concentra 60% da energia
produzida no Estado. Em seguida,
estão Tietê (21%) e Paranapanema
(19%). Alckmin afirma que o governo desistiu da idéia de vender
separadamente as três usinas do
Rio Pardo. Elas serão integradas às
do rio Tietê.
A venda das usinas da Cesp completa o processo de privatização do
setor elétrico de São Paulo. No primeiro mandato, Covas vendeu todas as distribuidoras de energia:
CPFL, Elektro (ex-Cesp) e Eletropaulo, que foi divida em duas (Metropolitana e Bandeirante).
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