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CONGRESSO
Emenda vai à Câmara
Senadores aprovam a nova CPMF
da Sucursal de Brasília
O Senado
aprovou ontem
em segundo turno, por 64 votos
a 12, a proposta
de emenda
constitucional
que prorroga a
cobrança da CPMF por 36 meses e
aumenta a alíquota de 0,20% para
0,38%.
Com o adiamento pela Câmara
da votação do pedido de urgência
para o projeto que institui a cobrança previdenciária dos servidores públicos inativos, a aprovação
da CPMF no Senado acabou sendo
a única vitória do governo no dia.
A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) ficou conhecida como "imposto do cheque" por ser cobrada toda
vez que o correntista faz retiradas
de sua conta bancária.
A proposta aprovada estabelece
que a alíquota de 0,38% e será cobrada nos 12 meses seguintes à
promulgação da emenda. Nos dois
anos restantes, a alíquota prevista
é de 0,30%, mas dá ao presidente
Fernando Henrique Cardoso o poder de reduzi-la ou restabelecê-la,
"total ou parcialmente", nos limites definidos pelo texto.
Segundo o presidente do Senado,
Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), a proposta foi enviada ontem
mesmo para a Câmara dos Deputados, onde o texto precisa ter o
apoio de dois terços dos parlamentares em dois turnos de votação
para ser promulgado e entrar em
vigor.
²
Tranquilidade
A votação da CPMF foi tranquila
para o governo e durou apenas 12
minutos. Os líderes dos partidos
que formam a base governista no
Congresso não precisaram nem sequer defender sua aprovação.
A maioria dos senadores que se
inscreveram para falar -e criticar
a medida- era de partidos de
oposição. A exceção foi o senador
Fernando Bezerra (PMDB-RN)
que, como presidente da Confederação Nacional da Indústria, posicionou-se contra o aumento da alíquota e a prorrogação da contribuição, por entender que ela gera
aumentos em cascata.
Bezerra disse que, apesar de sua
posição, votaria favoravelmente ao
governo porque "o ajuste fiscal é
absolutamente necessário para o
futuro do país".
Logo após Bezerra, falou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que
usou o mesmo argumento do industrial para criticar a medida.
"O aumento na alíquota significa
um alto custo em cascata para a indústria e, portanto, não a torna
mais competitiva."
Suplicy afirmou que o governo
deveria, primeiro, ter encaminhado a regulamentação do imposto
sobre grandes fortunas, previsto
na Constituição desde sua versão
original, promulgada em 88, e
nunca regulamentado.
Como Suplicy, os demais senadores de partidos de oposição que
se inscreveram para falar preferiram concentrar suas críticas na
Comissão de Assuntos Econômicos, que, pela manhã, havia rejeitado o requerimento que convocaria
os governadores para falar sobre a
situação dos Estados.
"O Congresso não pode se comportar como observador da política econômica, não pode ser apenas
um cartório", disse o senador José
Eduardo Dutra (PT-SE). "Este é o
momento de discutirmos com a
sociedade alternativas para nosso
país, porque a responsabilidade é
de todos nós. Lamentavelmente, o
Congresso cedeu ao Executivo",
afirmou Ademir Andrade, senador
pelo PSB do Pará.
²
Reforma tributária
ACM disse ontem que a reforma
tributária poderá começar a ser
discutida pelo Senado, apesar de a
Casa, ao contrário da Câmara, ainda não ter cumprido os primeiros
passos para a tramitação da reforma, como a instalação de comissão
para discutir a proposta.
"Temos um projeto aqui e vamos
começar a discuti-lo nas comissões, chamando os segmentos da
sociedade."
O presidente do Senado havia dito ao senador Bezerra, durante a
discussão da CPMF, que a reforma
tributária será uma das prioridades do Congresso na próxima legislatura, que começa no dia 1º de
fevereiro.
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