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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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PAINEL

Ecos do passado
O governador Luiz Henrique (PMDB-SC) vai dar um conselho de amigo a Lula, na reunião de governadores que começa amanhã. Dirá que o governo deveria esquecer a taxação dos servidores inativos. "Se fizer isso, vai cometer o mesmo erro do presidente FHC", diz.

Diferenças regionais
Já governadores do NE devem levar ao presidente pleito oposto. Afirmam que não cobrar dos aposentados inviabiliza as contas do país, principalmente dos Estados mais pobres da federação. "É viver de ilusões", declara Ronaldo Lessa (PSB-AL).

Financiamento tardio
O Ministério da Previdência informa que a taxação dos servidores inativos cobriria apenas benefícios de risco, principalmente a pensão por morte. Ou seja, o servidor não pagaria por algo que já conquistou, a aposentadoria. Estaria, sim, financiando a pensão que deixará a seus dependentes.

Causa própria
Presente ao almoço oferecido por Lula aos partidos da base aliada na Granja do Torto, a primeira-dama Marisa Letícia reclamou ontem da ausência de representantes do sexo feminino entre os líderes e os vice-líderes que apóiam seu marido.

Quem sou eu?
João Paulo Cunha (PT) já deu início às mudanças que prometeu realizar durante a sua campanha para a presidência da Câmara. Ato da Mesa publicado na última segunda-feira tem o seguinte texto: "Proceda-se à mudança de meu nome parlamentar de João Paulo para João Paulo Cunha. Publique-se".

Xadrez político
Um dos objetivos de Aécio Neves (PSDB-MG) ao rebaixar seu salário e criar teto menor para o funcionalismo é pressionar o governo Lula a fazer o mesmo no nível federal. Resta saber se o PT tem interesse em cutucar o vespeiro com vara curta.

Em boca fechada...
O secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, vai propor a ONGs a criação de um protocolo ético para evitar linchamento moral de ocupantes de cargos públicos. É, na prática, uma lei de silêncio até que sejam apurados supostos desvios de conduta.

...não entra mosquito
Soares quer evitar casos como o do coronel Severo Augusto da Silva Neto, citado em processos criminais e indicado para secretário-adjunto de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Severo já anunciou internamente que vai desistir do cargo.

Rastro de pólvora
A análise cronológica dos grampos na Bahia aponta novos indícios de uso político/eleitoral do caso. As escutas foram iniciadas em 25 de março, quando já estava encerrado o inquérito que justificava a investigação, e terminaram em 2 de setembro, data bem próxima do primeiro turno das eleições.

Santo nome em vão
Antonio Carlos Castro nega advogar para ACM. O pefelista, porém, disse a colegas que recebeu orientação de Castro: mesmo que se prove algo contra ele, não houve quebra de decoro porque ACM não era senador na época do fato (2002). Castro afirma que nunca falou com ACM sobre o caso e que deu de público sua opinião jurídica.

Rumo certo
Mesmo com o possível abrandamento das penas para quem plantou soja modificada, a Campanha por um Brasil Livre de Transgênicos gostou da criação de um grupo do governo para buscar consenso sobre o tema.

No ar
O major-brigadeiro Washington Carlos de Campos Machado assumiu a diretoria-geral do Departamento de Aviação Civil. Ele é irmão do deputado Campos Machado (PTB).

TIROTEIO

Do deputado federal Ronaldo Caiado (PFL-GO), um dos criadores da UDR (União Democrática Ruralista), sobre a nomeação de superintendentes do Incra ligados ao MST:
- Num momento em que se esperam pessoas qualificadas, não se pode dar cunho ideológico a cargos tão importantes. Precisamos de pessoas desarmadas de espírito revanchista.

CONTRAPONTO

Sem troco

Há dois anos, o secretário de imprensa de Lula, Ricardo Kotscho, dirigia seu carro em Brasília quando foi abordado por um ladrão, que lhe apontou uma arma e anunciou o assalto:
- Passa tudo que tiver!
Com apenas R$ 15 no bolso, Kotscho estendeu o dinheiro ao ladrão, que reclamou:
- Só tem isso?
O jornalista, temendo enfurecer o assaltante armado, fez um oferecimento inusitado:
- Serve cheque?
- Faz um de cenzinho!, ordenou, então, o assaltante.
Ao contar a história a um grupo de jornalistas, Kotscho disse que deixou o ladrão sacar o dinheiro no banco. Perplexos, os repórteres perguntaram por que ele não havia sustado o cheque.
- É que minha mulher carimba atrás das folhas de cheque o telefone de casa. E eu não queria me queimar com o ladrão por causa de 100 reais.


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