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São Paulo, quinta-feira, 20 de fevereiro de 2003

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AGENDA PETISTA

Em manifestação em frente ao Planalto, funcionários públicos federais pediram o arquivamento do PL-9

Servidores protestam e ameaçam greve

Sérgio Lima/Folha Imagem
Deputados Luciana Genro e Babá (PT), em lançamento da campanha salarial dos servidores públicos


ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO BRASÍLIA

Servidores públicos federais realizaram ontem a primeira manifestação da categoria na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto, pedindo, além de reajuste salarial, o arquivamento do PL-9 -projeto que estabelece regime único de aposentadoria para novos servidores.
Também foi o primeiro ato contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em frente ao Planalto.
Cerca de 300 funcionários públicos, categoria tradicionalmente ligada ao PT e à CUT (Central Única dos Trabalhadores), participaram da manifestação.
O projeto de lei enviado ao Congresso em 99 por FHC viabiliza a criação de um teto único para as aposentadorias de novos servidores. O ministro Ricardo Berzoini (Previdência) defende a votação do projeto, mas adiantou que seu texto deve ser alterado.
"Sem arquivamento do PL-9, não há discussão da reforma da Previdência", disse o secretário-geral da Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Públicos Federais), Gilberto Gomes.
Os servidores também pedem reajuste salarial emergencial de 46,95%, com base no ICV (Índice do Custo de Vida), projetado pelo Dieese entre janeiro de 1998 e abril de 2003. José Dirceu (Casa Civil) recebeu um grupo de servidores durante a manifestação.
O governo já criou uma comissão para tratar do assunto. Na próxima quarta, os ministros Dirceu, Guido Mantega (Planejamento), Antonio Palocci (Fazenda), Ricardo Berzoini (Previdência), Jacques Wagner (Trabalho) e o secretário-geral da Presidência, Luiz Dulci, iniciam as conversas em uma reunião com representantes de sindicatos de servidores no Ministério do Planejamento.

Greve
O funcionalismo público federal já decidiu fazer greve caso o PL-9 entre na pauta de votação do Congresso durante o lançamento da campanha salarial da categoria, ontem, na Câmara Federal.
O presidente da CUT, João Felício, disse que a entidade apoiará a eventual greve. Felício defende uma reforma geral da Previdência e não "o debate fragmentado" que, segundo ele, está sendo travado. "O PL-9 jamais contará com apoio da CUT", disse.
O clima era de insatisfação com o novo governo. No lançamento da campanha salarial, antes da manifestação, os servidores gritavam "Ô, Lula, eu quero ver no teu governo o meu aumento acontecer". O governo passado havia previsto 4% de reajuste salarial, mas a atual gestão já sinalizou que o aumento seria de 2,5%.
O evento na Câmara contou com a presença de deputados da ala radical do PT -Babá (PA), Lindberg Farias (RJ) e Luciana Genro (RS). Foi o segundo dia consecutivo de manifestação de apoio dos parlamentares às reivindicações da categoria.


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