São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2005

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PAINEL

A Deus pertence
FHC, em jantar recente: "Tudo pode acontecer, inclusive eu terminar minha carreira onde deveria ter começado". É o ex-presidente dando corda à teoria, por muitos considerada maluca, de que ele poderia se candidatar ao governo paulista em 2006.

Sessão nostalgia
De Severino Cavalcanti (PP-PE) para a bancada do PSDB, em reunião no intervalo entre o primeiro e o segundo turnos da eleição da Câmara: "As coisas boas que o Lula faz são as que ele repete do Fernando Henrique".

Médio prazo
Roberto Jefferson não vê risco de instabilidade com a vitória de Severino: "Ele será parceiro do governo", diz o presidente do PTB. "O que vejo é o pessoal da base começando a se despregar da reeleição do Lula. Há no ar uma sensação de afastamento."

Senso de oportunidade
Ainda Roberto Jefferson: "O PSDB está começando a sentir que pode ter um leque de alianças um pouco maior em 2006".

DNA
Deputados aliados reclamam do adesivo que começa a ser visto em automóveis de Brasília: "300 picaretas - Lula tinha razão". Enxergam o dedo do PT na provocação ao eleitorado do vitorioso Severino Cavalcanti.

Adeus às ilusões
O deputado Pedro Henry (PP-MT), que teve seu ingresso na Esplanada anunciado em sucessivas ocasiões e até hoje, nada, ganhou dos colegas o apelido de "ministro Porcina", aquele que foi sem nunca ter sido.

Somente à vista
Do novo líder da bancada do PP, José Janene (PR), para o líder do governo na Câmara, Professor Luizinho (PT-SP), num aviso que traduz o estado de espírito da base aliada: "Aqui não tem mais conversa de fazer promessa para depois da votação!".

Tom acima 1
O clima amistoso do encontro de terça entre o vice José Alencar e líderes rurais do Pará poderá não se repetir nesta semana, quando uma comissão interministerial os receberá no Planalto. O item zero das reivindicações será a desapropriação sumária de áreas na região onde Dorothy Stang foi assassinada.

Tom acima 2
José Dirceu deverá representar Lula no encontro, agendado para terça-feira, mas os trabalhadores não perderam a esperança de reclamar diretamente com o presidente. No total, o grupo irá pedir a desapropriação de 10 milhões de hectares e criticar a atuação do Incra no Pará.

União de interesses
Um projeto que pode render US$ 200 mi do Banco Mundial para programas rurais no interior do Pará é a garantia de alguma estabilidade nas relações do governador tucano Simão Jatene com o Planalto. O texto precisa obter o endosso federal.

Em mãos
A morte da missionária Dorothy Stang obrigou o governador tucano a se mexer. Amanhã, Jatene levará pessoalmente à Assembléia do Pará o projeto do Macrozoneamento Ecológico-Econômico do Estado.

Amigo secreto
No inquérito de mais de 300 páginas e dez anexos da Polícia Federal sobre o caso Waldomiro Diniz, o nome de José Dirceu aparece somente cinco vezes, todas elas para dizer que o ex-assessor de Assuntos Parlamentares trabalhava na Casa Civil.

Apertando o cinto
A Febraban diminuiu sua contribuição para o programa Fome Zero. A entidade dos bancos, que no ano passado destinou R$ 15 mi à construção de 10 mil cisternas, decidiu reduzir o repasse para R$ 12,8 mi em 2005.

TIROTEIO

Do deputado tucano Eduardo Paes (RJ), fazendo graça sobre a tentativa governista de responsabilizar a oposição pela derrota de Luiz Eduardo Greenhalgh, uma vez que PSDB e PFL despejaram votos em Severino Cavalcanti no segundo turno da eleição para presidente da Câmara:
-O PT sacou e a base aliada levantou a bola. Era só o que faltava a oposição não cortar.

CONTRAPONTO

Mesa farta

Para quebrar o clima ainda tenso entre os deputados federais após a longa madrugada da eleição da Mesa, na terça-feira, o tucano Carlos Alberto Leréia (GO) resolveu provocar o novo líder de seu partido na Casa, Alberto Goldman (SP).
-Agora, você precisa pagar um almoço para a gente. Tem que acabar com a fama injusta de que judeu é pão-duro.
Conhecido pela ironia, Goldman não se fez de rogado:
-Meu caro, sou um democrata. Jamais seria autoritário de não deixar que cada deputado pague seu próprio almoço.
Sebastião Madeira (MA) deu o arremate à brincadeira, bem ao gosto dos novos tempos vividos na Câmara dos Deputados:
-Bem, se o nosso novo presidente, Severino Cavalcanti, cumprir sua promessa e aumentar os salários, todos os deputados poderão mesmo tranqüilamente pagar o almoço.


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