São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2005

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Militante admite ocorrência de venda de lotes

DA ENVIADA ESPECIAL A PARAUAPEBAS (PA)

Os militantes sem-terra admitem que Parauapebas tornou-se um foco de falcatruas envolvendo a reforma agrária.
Na audiência com o ouvidor agrário nacional, Gercino José da Silva Filho, na última quinta, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parauapebas, Israel Fonseca de Sousa, pediu "cadeia para os sem-terra que, depois de instalados no lote, pegam o fomento, as matrizes de gado, vendem a terra e vão embora".
A venda de terras em que foi feita a reforma agrária é proibida, mas tornou-se quase regra no município. Isso ajuda a explicar por que, com 35 assentamentos, a cidade importa verduras até de São Paulo.
"A raiz dos nossos problemas é a corrupção", diz Antonio José de Sousa Neto, assessor do prefeito eleito de Parauapebas, Darci Lermen (PT). Ele explica o esquema: "O sujeito funda uma associação e sai em busca dos mais pobres. Oferece um lote de terra numa fazenda que nem improdutiva é e recolhe o dinheiro, coisa de R$ 100. Se nada acontecer, ele já ganhou com a taxa. Se o Incra fizer o assentamento, vira uma mina de ouro [devido aos recursos de apoio à reforma agrária]".
Calcula-se que haja 12 mil pessoas esperando assentamento na cidade-o Incra não tem como assentar nem 50.
Uma comissão concluiu que as grandes fazendas são produtivas. A saída é desapropriar as que já foram desapropriadas, mas voltaram a ser latifúndio após terem sido revendidas.


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