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Militante admite ocorrência de
venda de lotes
DA ENVIADA ESPECIAL A PARAUAPEBAS (PA)
Os militantes sem-terra admitem que Parauapebas tornou-se um foco de falcatruas
envolvendo a reforma agrária.
Na audiência com o ouvidor
agrário nacional, Gercino José
da Silva Filho, na última quinta,
o dirigente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Parauapebas, Israel Fonseca de
Sousa, pediu "cadeia para os
sem-terra que, depois de instalados no lote, pegam o fomento, as matrizes de gado, vendem a terra e vão embora".
A venda de terras em que foi
feita a reforma agrária é proibida, mas tornou-se quase regra
no município. Isso ajuda a explicar por que, com 35 assentamentos, a cidade importa verduras até de São Paulo.
"A raiz dos nossos problemas
é a corrupção", diz Antonio José de Sousa Neto, assessor do
prefeito eleito de Parauapebas,
Darci Lermen (PT). Ele explica
o esquema: "O sujeito funda
uma associação e sai em busca
dos mais pobres. Oferece um
lote de terra numa fazenda que
nem improdutiva é e recolhe o
dinheiro, coisa de R$ 100. Se
nada acontecer, ele já ganhou
com a taxa. Se o Incra fizer o assentamento, vira uma mina de
ouro [devido aos recursos de
apoio à reforma agrária]".
Calcula-se que haja 12 mil
pessoas esperando assentamento na cidade-o Incra não
tem como assentar nem 50.
Uma comissão concluiu que
as grandes fazendas são produtivas. A saída é desapropriar as
que já foram desapropriadas,
mas voltaram a ser latifúndio
após terem sido revendidas.
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