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Para PSDB, notícia sobre 2002 é "suspeita"
Líder do governo na Câmara pede investigação em contas tucanas e afirma que "muitos problemas podem ocorrer em campanhas"
"O Serra não tem nada a ver com isso; todo mundo sabe que o candidato não tem o controle sobre as contas", declara líder no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A base aliada do governo
classificou como "grave" e cobrou investigações oficiais sobre os dados da Receita Federal, que mostram notas frias
emitidas por uma empresa fantasma e outra inidônea para o
PSDB e a campanha à Presidência em 2002 do tucano José
Serra, no valor de R$ 476 mil.
Apesar das cobranças, os governistas, que já viveram acusações semelhantes, evitaram relacionar diretamente o governador Serra com as notas frias.
"É algo que deve ser investigado. Muitos problemas podem
ocorrer em campanhas", disse
o líder do governo na Câmara,
Henrique Fontana (PT-RS).
"Vamos dar a presunção de inocência, mas eles já agiram de
má-fé conosco [do PT]", completou. "O Serra não tem nada a
ver com isso. É uma questão
partidária. Todo mundo sabe
que numa eleição majoritária o
candidato não tem o controle
sobre as contas. Para mim, não
é um fato político", disse o líder
do governo no Senado, Romero
Jucá (PMDB-RR).
Já parlamentares da oposição negaram as acusações e
tentaram culpar seus adversários pela divulgação das suspeitas. O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (CE), jogou dúvidas sobre o fato de as
informações terem sido divulgadas apenas na época em que o
Congresso discute a instalação
de uma CPI dos cartões corporativos e meses antes de campanhas eleitorais.
"É muito estranho que os fatos surjam apenas agora. Não
sou capaz de julgar ninguém,
mas que é no mínimo suspeito
é. Está claro que querem nos
pegar de alguma forma, mas já
viram que não tem jeito", afirmou Guerra.
Reportagem da Folha de ontem mostrou que, segundo a
Delegacia da Receita Federal
de Brasília, que suspendeu a
imunidade tributária do partido e o autuou em aproximadamente R$ 7 milhões, o PSDB
usou notas fiscais frias. A Folha obteve documentos sigilosos da auditoria nas contas tucanas e do auto de infração. A
empresa inidônea é a Marka
Serviços de Engenharia, que estava desativada desde janeiro
de 1996 e pertence a Márcio
Fortes, secretário-geral do
PSDB (1999 a 2003) quando as
notas foram emitidas. Em
2002, Fortes presidiu o comitê
financeiro tucano nas eleições.
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