São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

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Após discussão sobre prévias, Serra foca disputa com Dilma

Governador de SP avalia que confronto com Aécio o impede de monopolizar discurso tucano

Em discurso, Serra criticou políticas de "transferências de rendas'; Aécio, em São Paulo, refutou possibilidade de ocupar a vice em 2010

Fernando Donasci/Folha Imagem
José Alencar e Aécio Neves, durante visita que o governador de
Minas fez ao vice-presidente em seu apartamento em São Paulo


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM HORTOLÂNDIA

Apesar de incomodado, o governador paulista, José Serra, decidiu minimizar a movimentação do governador de Minas, Aécio Neves, por prévias no PSDB, e investir na polarização com a potencial candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Antevendo o crescimento de Dilma como herdeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os serristas pregam o confronto com os petistas, em vez de um desgaste com disputa interna. A avaliação é que hoje a maior restrição que Aécio impõe a Serra é a de não poder monopolizar o programa do PSDB no segundo semestre.
Na última pesquisa Datafolha de intenção de voto para presidente, divulgada em dezembro, Serra tinha 41%, Aécio, 17%, e Dilma, 8%.
Ontem, um dia após declarar que 70% dos investimentos no país não são do governo federal, e sim de Estados e municípios, Serra criticou, em discurso em Hortolândia (SP), políticas governamentais de "clientelismo" e "transferência de renda".
"Investimentos que estamos fazendo em trens é dos mais sociais que existem, mas tem gente que tem dificuldade para entender isso. Acham que desenvolvimento social é só fazer clientelismo ou então adotar políticas de transferências de renda, que são corretas, mas acham que se resume a isso praticamente", disse Serra, sem citar programas sociais federais, como o Bolsa Família.
O discurso aconteceu durante a inauguração da fábrica espanhola de trens e de equipamento ferroviários CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, S.A.), que venceu concorrência para a construção de 57 vagões.
Na véspera, em resposta a Aécio, Serra disse que teria "uma enorme alegria" em viajar com ele pelo país.
Aécio, por sua vez, mantém o cerco a Serra. Em São Paulo para uma visita ao vice-presidente José Alencar, foi enfático ontem quando questionado se concorda com a ideia de ocupar a vice de Serra. "Não, isso não tem sentido prático. Nem eu preciso de um espaço para eventualmente apoiar Serra, nem ele precisará de um espaço para vir a me apoiar se essa for a decisão majoritária do PSDB."
No discurso, Serra brincou com um deputado, sugerindo que abrisse seus discursos em viagens "pelo Brasil afora".


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