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Após discussão sobre prévias, Serra foca disputa com Dilma
Governador de SP avalia que confronto com Aécio o impede de monopolizar discurso tucano
Em discurso, Serra criticou políticas de "transferências de rendas'; Aécio, em São Paulo, refutou possibilidade de ocupar a vice em 2010
Fernando Donasci/Folha Imagem
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José Alencar e Aécio Neves, durante visita que o governador de
Minas fez ao vice-presidente em seu apartamento em São Paulo
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM HORTOLÂNDIA
Apesar de incomodado, o governador paulista, José Serra,
decidiu minimizar a movimentação do governador de Minas,
Aécio Neves, por prévias no
PSDB, e investir na polarização
com a potencial candidata do
PT à Presidência, a ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil).
Antevendo o crescimento de
Dilma como herdeira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
os serristas pregam o confronto
com os petistas, em vez de um
desgaste com disputa interna.
A avaliação é que hoje a maior
restrição que Aécio impõe a
Serra é a de não poder monopolizar o programa do PSDB no
segundo semestre.
Na última pesquisa Datafolha de intenção de voto para
presidente, divulgada em dezembro, Serra tinha 41%, Aécio, 17%, e Dilma, 8%.
Ontem, um dia após declarar
que 70% dos investimentos no
país não são do governo federal,
e sim de Estados e municípios,
Serra criticou, em discurso em
Hortolândia (SP), políticas governamentais de "clientelismo" e "transferência de renda".
"Investimentos que estamos
fazendo em trens é dos mais sociais que existem, mas tem gente que tem dificuldade para entender isso. Acham que desenvolvimento social é só fazer
clientelismo ou então adotar
políticas de transferências de
renda, que são corretas, mas
acham que se resume a isso
praticamente", disse Serra,
sem citar programas sociais federais, como o Bolsa Família.
O discurso aconteceu durante a inauguração da fábrica espanhola de trens e de equipamento ferroviários CAF (Construcciones y Auxiliar de Ferrocarriles, S.A.), que venceu concorrência para a construção de
57 vagões.
Na véspera, em resposta a
Aécio, Serra disse que teria
"uma enorme alegria" em viajar com ele pelo país.
Aécio, por sua vez, mantém o
cerco a Serra. Em São Paulo para uma visita ao vice-presidente José Alencar, foi enfático ontem quando questionado se
concorda com a ideia de ocupar
a vice de Serra. "Não, isso não
tem sentido prático. Nem eu
preciso de um espaço para
eventualmente apoiar Serra,
nem ele precisará de um espaço
para vir a me apoiar se essa for a
decisão majoritária do PSDB."
No discurso, Serra brincou
com um deputado, sugerindo
que abrisse seus discursos em
viagens "pelo Brasil afora".
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