São Paulo, sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Cacofonia global

Começou ontem, com artigo de Gordon Brown e Silvio Berlusconi no "Il Sole 24 Ore" e cobertura no "Financial Times", a preparação para o G20 _que vai reunir ricos e emergentes dia 2 de abril, em Londres, para os "novos arranjos financeiros globais". A "Economist" já ironiza a boa vontade européia, listando quantos deles fazem parte do tal G20: Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Holanda, mais um tcheco presidente da União Europeia, um português presidente da Comissão Europeia, outro francês diretor do FMI e outro italiano presidente do Fórum de Estabilidade Financeira. E a “cacofonia” avança para os temas, como protecionismo. Mas algum progresso já surge em Londres, registra a Reuters. China, Índia e Brasil devem ser integrados ao "círculo" do fórum de regulação financeira Iosco, hoje comandado por EUA, Japão e europeus.

 

De todo modo, avisa a AP, vem aí mais cacofonia, pois se abriu "Novo capítulo na tentativa de reformar o Conselho de Segurança", ontem, com "uma reunião a portas fechadas dos 192 membros da ONU".

DESGLOBALIZAÇÃO
economist.com
Países já "voltam as costas ao mundo", segundo a revista

A nova "Economist", na mesma linha, dá sinal de alerta para a "desglobalização", no texto "Voltando suas costas para o mundo". Avalia que "a integração da economia mundial está batendo em retirada em todas as frentes", na movimentação de bens, empregos e capital. Ainda não é propriamente a "desglobalização", como cunhada pelo economista Walden Bello. "As nações não desistiram da globalização, protegida pela fé das empresas nas cadeias globais de suprimento", mas pode estar se aproximando "um ponto perigoso em que esta maneira de organizar a produção seja vista como coisa do passado".

DESEMPREGO...
Ontem as manchetes abriram o dia com "Emprego formal tem primeira queda desde 99", no UOL, e chegaram depois a "Embraer anuncia demissão de mais de 4.000", na Folha Online. Esta foi parar também no alto da home do "Wall Street Journal", com o corte de 20% devido à "demanda em queda por aeronaves".

E LUCRO RECORDE
Fim do dia e nos mesmos sites e portais daqui a manchete passou a "Lucro da Vale sobe 136% no quarto trimestre e vai a R$ 10,4 bilhões", R$ 21,3 bilhões no ano.

DO V PARA O L
E Nouriel Roubini voltou a atacar ontem em seu blog, partindo dos dados de PIB do quarto trimestre de EUA e outros para anunciar que a "esperança ilusória" de uma recessão em V ficou para trás, trocada pela já existente recessão em U. E o risco agora é de uma "estagdeflação em L, como no Japão".

COLAPSO INDUSTRIAL
A manchete da "Economist", na mesma direção, anuncia "O colapso da indústria". E afirma que "a crise financeira criou uma crise industrial" em todo o mundo. Brasil inclusive.

CHINA NO PRÉ-SAL
No topo das buscas de Brasil pelo Yahoo News, com despachos de AP, Reuters, Bloomberg e Xinhua, nada de crise e sim o acordo da Petrobras com a China. A estatal promete 100 milhões de barris diários de petróleo cru em troca de um empréstimo de US$ 10 bilhões, para explorar os promissores campos da camada pré-sal. O presidente da estatal diz que o acordo "demonstra as novas possibilidades de levantar recursos", hoje.

A BARRIGA
jornalnacional.globo.com/15.2.09
BBC e AP deram a admissão de "falso ataque" da brasileira sublinhando como as "reportagens chocaram o Brasil" e "revoltaram os brasileiros" com fotos do "corpo cortado".

VANTAGEM
Até o blog de Reinaldo Azevedo defendeu Tarso Genro contra a trapalhada do "El País" com uma entrevista do ministro. Ele usou "handicap" e o jornal entendeu como "obstáculo" e não "vantagem" o apoio de Lula à candidatura de Dilma Rousseff. E foi o próprio título usado pelo "El País", que mantinha a chamada na home ontem às 22h30, sem retificação.

FAMÍLIAS
A "Economist" traz carta de José Sarney, em que o senador questiona o texto que o descreveu como "dinossauro" e símbolo do "semifeudalismo". Ele sublinha que um "grupo rival" dirige o Maranhão há sete anos. E lembra que famílias políticas se mantém no poder por gerações também nos EUA (Kennedy, Bush) e no próprio Reino Unido (Pitt).


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