|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Garotinho vence no percentual dos votos, mas Rigotto obtém maior número de votos
absolutos
|
Partidários de Rigotto questionam vitória de ex-governador do Rio em consulta informal
|
PMDB realiza consulta com decisão do STJ contra a prévia
Nabor Goulart/Divulgação
| Apoiado por Orestes Quércia (à esq.) e Michel Temer (à dir.), o pré-candidato Germano Rigotto (de verde) é saudado em São Paulo |
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
A consulta informal realizada
ontem pelo PMDB indicava vitória a Anthony Garotinho como
candidato do partido à Presidência e provocou um novo racha no
partido. O ex-governador do Rio
obteve 56,6% dos votos contra
43,4% de Germano Rigotto. O governador do Rio Grande do Sul
obteve, no entanto, maior número de votos absolutos.
Os dados foram fornecidos pelos candidatos. A direção do
PMDB deve anunciar o resultado
oficial hoje. No último anúncio
feito pelo partido, Rigotto tinha
cerca de 3.000 votos a mais que
Garotinho. O resultado levou partidários do governador gaúcho a
questionar o critério de peso dos
votos. O índice de ponderação foi
criado pelo partido e concordado
pelo próprio Rigotto.
Durante a apuração, houve uma
contestação se o critério adotado
estava sendo aplicado da forma
como foi acordado previamente.
Além disso, os votos em alguns
Estados correm o risco de não serem computados, como os da Paraíba, Distrito Federal e Pará.
Após a oficialização do nome do
candidato, o PMDB ainda enfrentará a disputa na Justiça.
Até o fechamento desta edição,
o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ainda mantinha a decisão de
cancelamento da prévia da sigla.
O ministro Edson Vidigal não
aceitou o pedido de reconsideração feito pelo presidente nacional
do PMDB, Michel Temer (SP).
Segundo o site do tribunal, "o
ministro Vidigal não vislumbrou
"nenhum argumento ou fato novo" trazido pelos advogados do
partido, "já tendo as questões aqui
suscitadas sido analisadas quando do indeferimento do primeiro
pedido de reconsideração'".
Edson Vidigal -indicado ministro do STJ pelo ex-presidente
da República e peemedebista governista José Sarney- deixa a
presidência do tribunal neste mês
para se lançar candidato ao governo do Maranhão.
Temer fez o pedido de reconsideração às 3h30 de ontem na sede
do STJ. Durante o domingo, teve
a expectativa de reverter a decisão. Em tom de cautela, para evitar problemas com a Justiça, Temer evitou até mesmo usar o nome prévia ontem.
Disse que, até a decisão definitiva do tribunal, o evento seria considerado uma "consulta informal" aos militantes. Ele disse que
não queria entrar em conflito
com a decisão que Vidigal tomou
por volta das 22h de sexta, que
proibiu a prévia.
Na decisão de sábado, que foi
mantida ontem, Vidigal indeferiu
o pedido feito pela direção do
PMDB para que ele reconsiderasse uma liminar dada por ele mesmo na sexta-feira, em que suspendia a prévia.
A liminar foi concedida em uma
reclamação apresentada pelo deputado federal Aníbal Ferreira
Gomes (PMDB), da ala governista
do partido, e havia sido cassada
na sexta à noite por decisão do
ministro Hamilton Carvalhido,
também do STJ.
Apesar disso, os adeptos da candidatura própria começam a dizer que, caso não obtenham sucesso nos tribunais, vão usar os
dados de comparecimento às urnas como meio de derrotar os governistas com o argumento da
"vontade da militância".
"O resultado desta consulta aos
militantes vai valer como gesto
político até a decisão judicial",
disse Temer. "A consulta de hoje
[ontem] vai ser um ato político
importante, que vai ter peso na
convenção do partido." A convenção acontecerá em junho.
Se a prévia for validada, o escolhido à Presidência seria apenas
homologado em convenção. Como foi feita uma consulta informal, será necessária uma votação
dos delegados do PMDB para que
a escolha tenha validade.
A direção do PMDB pode ter
mudado o nome do evento, mas
manteve o clima de decisão e a
disposição de fazer a consulta.
Apenas três Estados não realizaram a consulta ontem: Amapá,
Bahia e Maranhão.
Colaborou a Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Polarização com Serra ajudou, afirma PSDB Próximo Texto: Candidatos atacam governistas e STJ Índice
|