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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Mire-se no exemplo
O vice-governador Alberto Goldman discursava
num evento em homenagem a Franco Montoro, anteontem à noite, quando Geraldo Alckmin entrou no
auditório do Memorial da América Latina. O número
dois de José Serra não perdeu tempo e, num improviso, declarou: "Montoro teve o discernimento para
abrir mão de seu interesse pessoal e apoiar Tancredo
Neves. O interesse pessoal do Montoro, à época, ficou
abaixo do interesse público".
Goldman, integrante da ala tucana que defende a
aliança em torno da reeleição de Gilberto Kassab
(DEM), usou o episódio do Colégio Eleitoral, em 1985,
para mandar um recado a Alckmin -que, pela cara
feita na hora, não achou a menor graça.
Menos, menos. Diante da
temperatura elevada, Alckmin pediu ontem a seus escudeiros que parem de "esticar a
corda" na disputa com a ala
pró-Kassab do PSDB.
Como assim? No entorno
do ex-governador, porém, o
"por que quem está em primeiro precisa abrir mão para
quem está em terceiro?" foi
entendido como uma declaração aberta de candidatura.
Ai! Ai! Novo ditado ouvido
na praça: "Tucano em São
Paulo, quando bate o bico, faz
DEM, DEM, DEM...".
Volto já. Antes de viajar para a China, Marta Suplicy
(PT) ligou para Michel Temer, presidente do PMDB, sigla com a qual negocia aliança
para a eleição paulistana.
Não me provoque. Em
reunião ontem no Planalto,
Lula insistiu na tecla de que
base aliada é para votar.
Quando alguém lembrou a
obstrução que o PR fizera na
véspera, o presidente ameaçou: "Daqui a pouco vou começar a usar a caneta".
Estranho... Arlindo Chinaglia (SP) está "sem ambiente"
na bancada do PT. Colegas
acusam o presidente da Câmara de bombardear a indicação do correligionário Antonio Palocci (SP) para a relatoria da reforma tributária, enquanto ajuda a cacifar a opção
Sandro Mabel (PR-GO).
...no ninho. Os companheiros inventaram um apelido para Chinaglia: "presidente do sindicato da base", numa
alusão às seguidas ações do
número um da Casa em prol
de partidos aliados, ajudando-os a emparedar o Planalto. Citam como exemplo o apoio à
mudança no rito das medidas
provisórias e o poder conferido ao PMDB do Rio, pilotado
por Eduardo Cunha.
Chega pra lá 1. Lula não
se intimidou com a comitiva
do MST, da Fetagri e da CUT
que o aguardava em Campo
Grande (MS), anteontem,
ainda para protestar contra a
nomeação de Flodoaldo Alencar para o Incra local. Disse
que precisa de apoio no Senado e que não iria contrariar
Valter Pereira (PMDB).
Chega pra lá 2. Diante
da insistência das entidades
em defender o antecessor de
Flodoaldo no cargo, Luiz Carlos Bonelli, o presidente foi
sarcástico: "Esse Bonelli é tão
bom que deveria ir pra Brasília, no lugar do Rolf", brincou,
ao lado do superintendente
do Incra, Rolf Hackbart.
Bee Movie. Os (poucos)
que encararam os depoimentos de Jorge Hage (CGU) e
Paulo Bernardo (Planejamento) ontem na CPI dos Cartões
aproveitaram o marasmo para promover a eleição do "parlamentar-abelha", aquele que
"aparece, faz cera e vai embora voando". Com 9 dos 14 votos apurados, venceu o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
É outro. Na ação popular
com que tenta impedir a privatização da Cesp, o PT arrola
o economista Luiz Tacca Jr.
na condição de secretário da
Fazenda paulista e co-responsável pela venda da energética, ao lado do governador José
Serra. Só que o titular da pasta, desde 1º de janeiro de
2007, é Mauro Ricardo Costa.
Tiroteio
"É estranho que Alckmin use agora o argumento
contrário ao que usou em 2006 para convencer
o PSDB de que deveria ser ele, bem abaixo de
Serra nas pesquisas, o candidato a presidente."
Do presidente do DEM, RODRIGO MAIA, em resposta ao ex-governador, que, ao defender sua candidatura a prefeito, disse que "nunca viu"
o líder abrir mão para apoiar o terceiro colocado, referindo-se a Kassab.
Contraponto
A grande família
No retorno do fim de semana, o assunto dos petistas na
Câmara era a vitória da colega Maria do Rosário sobre o
ex-ministro Miguel Rossetto, domingo, na prévia do partido para escolher o candidato à prefeitura de Porto Alegre.
-Ela venceu a mãe do PAC!-, comentou o gaúcho Pepe
Vargas em referência à ministra Dilma Rousseff, uma das
principais estrelas do time que apoiava Rossetto.
André Vargas (PR) estendeu a brincadeira a Tarso Genro (Justiça) e ao líder do PT na Casa, Henrique Fontana
(RS), que fizeram a mesma opção de Dilma:
-Eu diria que a Rosário derrotou a mãe do PAC, o tio, o
sobrinho... Olha, ela derrotou a família inteira!
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