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Justiça proíbe MST e seu líder de incitarem violência contra Vale
Para diretor da mineradora, decisão é "emblemática" por ser a primeira em que dirigente pode ser responsabilizado por atos
Juíza proibiu manifestações violentas contra a Vale sob pena de multa no valor de R$ 5.000; Stedile tem 15 dias para responder ao processo
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A Vale obteve na Justiça uma
liminar que proíbe o MST (Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra) e seu principal dirigente, João Pedro Stedile, de incitarem ou fazerem manifestações violentas contra as
instalações da empresa ou que
interrompam suas atividades,
sob pena de multa de R$ 5.000.
A decisão é da juíza Patrícia
Rodriguez, da 41ª Vara Cível da
Capital, no Rio. O diretor de
Meio Ambiente da Vale, Valter
Cover, afirmou que a decisão é
"emblemática" por ser a primeira ação da empresa contra o
MST em que Stedile pode ser
responsabilizado pelos atos do
movimento.
"Esperamos que as autoridades, tanto do plano federal como do estadual, compreendam
que já foi reconhecido que a organização age num plano maior
contra as empresas. Esperamos
que suba a maneira de enfrentamento político dessas organizações", afirmou.
Nos últimos meses, a empresa foi alvo de oito invasões. Na
decisão, a juíza diz que movimentos sociais como MST, Via
Campesina e MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) invadiram e paralisaram
a obra da hidrelétrica de Estreito, construída por um consórcio do qual a Vale faz parte.
Menciona ainda que integrantes do MST bloquearam a
estrada de ferro Vitória-Minas,
impedindo o transporte do minério de ferro, além de terem
invadido uma unidade da Ferro
Gusa Carajás, no Maranhão.
Segundo a juíza, o fato de o
MST não possuir uma personalidade jurídica não impede a
participação do movimento em
processo judicial, já que pode
ser representado pelo dirigente
João Pedro Stedile.
Segundo Cover, a Vale tem
pedidos de prisão preventiva de
dirigentes regionais do movimento que ainda não foram
analisados pela Justiça. O diretor disse também que a empresa sofria "ameaça concreta" de
uma nova ocupação em Paraopebas, no Pará, da Estrada de
Ferro Carajás em 7 de abril.
"Estão chamando esse movimento de "a mãe de todas as lutas". Diante disso precisamos
recorrer à Justiça porque as invasões têm sido feitas com atos
de violência", disse.
O dirigente do MST foi notificado na tarde de ontem e terá
15 dias para responder ao processo. Stedile disse que a medida tomada pela mineradora é
"desesperada", que ela não o
"surpreende" nem contém os
integrantes do movimento.
Em nota, a empresa afirmou
ter investido US$ 4 bilhões no
Pará em 2007 e que os planos
incluem investimentos de mais
US$ 20 bilhões de 2008 a 2012
no Estado. Das 62 mil vagas que
planeja criar até 2012, 35 mil
serão no Pará, diz a Vale.
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