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Serra elogia Lula e admite candidatura à Presidência
Em entrevista na TV, tucano diz que aposta no confronto entre sua biografia e a de Dilma
Numa prévia do que deve
ser sua tática na eleição,
governador evita criticar
presidente e afirma que
objetivo é melhorar o país
Marlene Bergamo/Folha Imagem
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Serra inaugura fábrica em SP; o governador recebeu um bolo em homenagem ao seu aniversário
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM HORTOLÂNDIA (SP)
O governador de São Paulo,
José Serra, assumiu ontem, publicamente, a candidatura à
Presidência da República.
O tucano chamou a ministra
da Casa Civil, Dilma Rousseff
(PT), para o embate ao afirmar
que o eleitor fará "um juízo
mais pessoal a respeito dos candidatos". Em entrevista ao
apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes, elogiou o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Mas, dizendo que
aposta no confronto de biografias, tentou minimizar sua influência no processo eleitoral.
"Tem que ver quem é que vai
ser presidente [...] O presidente
é insubstituível", justificou.
Minutos depois, insistiu:
"Não há ninguém que governe
com alguém paralelamente
mandando. Nem acho que o
Lula pretenda fazer isso. Mas
isso não funcionaria no Brasil e
em nenhum lugar no mundo".
Dois dias depois de afirmar
que não comentaria pesquisas
até as eleições, Serra atribuiu o
bom desempenho de Dilma à
exposição da petista. E rechaçou a comparação dos governos Lula e FHC na campanha:
"Há uma introdução a ela favorável neste momento. Mas a
partir de um certo momento a
população vai julgar não quem
já foi presidente ou quem é,
mas quem é candidato".
Na entrevista, concedida no
heliponto do Palácio dos Bandeirantes, Serra adiantou o discurso da campanha: "O Lula fez
dois mandatos, está terminando bem o governo. O que nós
queremos para o Brasil? Que
continue bem e até melhore".
Embora não tenha anunciado formalmente, Serra confirmou para abril o lançamento
oficial da candidatura e, questionado, disse que não a negava. Só não faria campanha enquanto estivesse no governo.
O governador, que faz tratamento de combate ao estresse,
disse que, na campanha, o eleitor poderá conhecer sua história e a de Dilma. Tratado como
candidato a presidente, agradeceu quando Datena -que elogiou o "bom aspecto" do governador- desejou-lhe "boa sorte
na corrida presidencial".
Repercussão
Assustado com a repercussão
da entrevista -que incomodou
concorrentes da Bandeirantes- Serra tentou reduzir sua
importância. "Não falei nada de
especial. Não vejo razão para
essa histeria coletiva", disse.
"Tudo já foi dito antes."
Há 15 dias, a Folha informou
que Serra anunciara a aliados a
disposição de concorrer. Mas
ontem foi a primeira vez que o
governador admitiu abertamente que será candidato.
Em conversas, Serra fez
questão de explicar que não estava previamente programada
a aparição de crianças no programa. Na abertura da entrevista, alunos da creche do Palácio cantaram "Parabéns a Você" em comemoração ao 68º
aniversário de Serra, ontem.
Nas conversas, o tucano disse temer que a entrevista reforce a pressão para que se manifeste publicamente sobre candidatura nos últimos 12 dias de
governo, quando pretende fazer uma série de inaugurações.
Serra insistiu que não planejara lançar candidatura ontem.
Segundo disse a aliados, pretendia, originalmente, levar
Datena à AME (Ambulatório
Médico de Especialidades) em
Heliópolis. Mas, como atrasara
devido a uma consulta, ficou
constrangido e não se recusou
a responder às perguntas.
Ibope baixo
O programa tem, em média,
dois pontos de audiência, segundo o Ibope. Ontem, não foi
diferente. Quando Serra estava
no ar, às 14h20, ficou em 1,6. O
pico do programa de foi 3,4. Na
semana, o melhor dia foi a terça-feira, com 3,7 de média.
À tarde, Serra negou que tenha anunciado a sua candidatura. "Não vou falar [que sou
candidato]. Quem disse foi o
Datena. Eu aqui vim no trabalho de governo e eu não vou
misturar as coisas", disse Serra.
Em Hortolândia, funcionários de uma fábrica e políticos
aliados cantaram parabéns ao
governador.
Em discurso, Serra apelidou
o pacote de obras viárias de
"bolsa transporte". "O trem que
vai atender a turma de Osasco a
Itapevi, que o Metrô e a CPTM
estão fazendo, é uma espécie de
bolsa transporte para as pessoas, porque nós estamos passando renda para as pessoas,
renda através do conforto, do
tempo menor e da segurança."
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