São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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Querem ressuscitar o mensalão, diz Dilma

Candidata do PT acusa oposicionistas de "tentar trazer 2005" para 2010, mas afirma que a estratégia não será eficiente

Ministra reage a convite da CPI das ONGS a tesoureiro petista e ao irmão dele, a doleiro e ao promotor que comanda investigação


EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), candidata do PT à sucessão presidencial, acusou ontem a oposição de tentar ressuscitar 2005, ano em que estourou o escândalo do mensalão, revelado pela Folha.
Nesta semana, os senadores da oposição aprovaram na CPI das ONGs a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para depor sobre as acusações de desvio de recursos da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários), da qual é presidente licenciado, para financiar campanhas do PT e abastecer o esquema do mensalão. Ele nega a acusação.
Parlamentares do PSDB e do DEM também aprovaram na comissão convites para ouvir o irmão de Vaccari, Hélio Malheiro, o doleiro Lúcio Funaro, e o promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo responsável pelas investigações do caso, José Carlos Blat.
"Estão tentando trazer 2005 para a eleição de 2010, mas não acho que isso seja eficaz", argumentou Dilma antes de entrar na reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que presidia até ontem, quando se desligou do colegiado.
A ministra também afirmou que enxerga com naturalidade a multa de R$ 5.000 aplicada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva devido à propaganda antecipada em referência à pré-candidata do PT em um evento oficial do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), em maio do ano passado no Rio de Janeiro.
"Vejo com muita naturalidade e vamos recorrer", afirmou Dilma, que foi absolvida da mesma representação do PSDB que resultou na punição ao presidente. Ao todo, o TSE analisa doze pedidos de partidos da oposição a respeito de propaganda antecipada.
A ministra também adiantou que a sua saída da Casa Civil para se dedicar à campanha eleitoral não será marcada por um evento exclusivo. Segundo ela, o governo prepara uma cerimônia conjunta para a passagem dos cargos de todos os ministros que irão se desincompatibilizar para concorrerem nas eleições deste ano.
"Tem uma solenidade e são todos os ministros [que participarão]. Os que saem, os que ficam e os que vão assumir a condição de ministros", afirmou a pré-candidata.


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