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Querem ressuscitar o mensalão, diz Dilma
Candidata do PT acusa oposicionistas de "tentar trazer 2005" para 2010, mas afirma que a estratégia não será eficiente
Ministra reage a convite da CPI das ONGS a tesoureiro petista e ao irmão dele, a doleiro e ao promotor que comanda investigação
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil), candidata do PT à
sucessão presidencial, acusou
ontem a oposição de tentar ressuscitar 2005, ano em que estourou o escândalo do mensalão, revelado pela Folha.
Nesta semana, os senadores
da oposição aprovaram na CPI
das ONGs a convocação do tesoureiro do PT, João Vaccari
Neto, para depor sobre as acusações de desvio de recursos da
Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários), da qual é
presidente licenciado, para financiar campanhas do PT e
abastecer o esquema do mensalão. Ele nega a acusação.
Parlamentares do PSDB e do
DEM também aprovaram na
comissão convites para ouvir o
irmão de Vaccari, Hélio Malheiro, o doleiro Lúcio Funaro,
e o promotor do Ministério Público do Estado de São Paulo
responsável pelas investigações do caso, José Carlos Blat.
"Estão tentando trazer 2005
para a eleição de 2010, mas não
acho que isso seja eficaz", argumentou Dilma antes de entrar
na reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que
presidia até ontem, quando se
desligou do colegiado.
A ministra também afirmou
que enxerga com naturalidade
a multa de R$ 5.000 aplicada
pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva devido à
propaganda antecipada em referência à pré-candidata do PT
em um evento oficial do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento), em maio do ano
passado no Rio de Janeiro.
"Vejo com muita naturalidade e vamos recorrer", afirmou
Dilma, que foi absolvida da
mesma representação do
PSDB que resultou na punição
ao presidente. Ao todo, o TSE
analisa doze pedidos de partidos da oposição a respeito de
propaganda antecipada.
A ministra também adiantou
que a sua saída da Casa Civil
para se dedicar à campanha
eleitoral não será marcada por
um evento exclusivo. Segundo
ela, o governo prepara uma cerimônia conjunta para a passagem dos cargos de todos os ministros que irão se desincompatibilizar para concorrerem
nas eleições deste ano.
"Tem uma solenidade e são
todos os ministros [que participarão]. Os que saem, os que ficam e os que vão assumir a
condição de ministros", afirmou a pré-candidata.
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