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RUMO AO CANADÁ
Mineração é área de interesse canadense
FHC usa reeleição
para atrair capitais
LUCAS FIGUEIREDO
enviado especial a Ottawa (Canadá)
A reeleição já é um dos principais
itens da pauta do périplo internacional do presidente Fernando
Henrique Cardoso em busca de investimentos no Brasil. O tema será
um dos pontos principais da viagem que o presidente inicia amanhã ao Canadá.
A Folha apurou que FHC e o primeiro-ministro canadense, Jean
Chrétien, irão discutir o assunto,
dentro da perspectiva de aumento
de fluxo de investimentos canadenses para o Brasil, nos próximos
cinco anos, nas áreas de mineração e telecomunicações.
FHC dirá que pretende concorrer, em 98, à reeleição, com chances. O mesmo será dito por Chrétien, que também tentará ser reconduzido ao cargo nas próximas
eleições, que deverão ser convocadas para junho.
Desde que tomou posse em 93,
Chrétien tem estimulado o aprofundamento das relações comerciais com o Brasil. Agora, quer ter
segurança de que o país vai continuar sob a mesma orientação econômica antes de liderar nova onda
de investimentos para o país.
"O primeiro-ministro estabeleceu que a América Latina seria
uma de suas prioridades. E o Brasil
é o mais importante mercado da
região'', afirma a embaixadora do
Canadá no Brasil, Nancy Stiles.
Como prova desse interesse,
Chrétien pretende acertar com o
presidente Fernando Henrique as
bases para um futuro acordo-quadro de livre comércio entre o Canadá e o Mercosul (Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai).
Um dos principais alvos das investidas canadenses no Brasil tem
sido a mineração. Com o aprofundamento da abertura promovida
por FHC, os empresários do Canadá ensaiam mandar uma enxurrada de dólares para conseguir uma
posição estratégia nesse setor.
``Tenho certeza que os investimentos no Brasil na mineração
vão explodir como ocorreu no
Chile. A possibilidade é que sejam
ainda maiores, já que o Brasil é
muito maior que o Chile'', diz a
embaixadora canadense.
A comparação com o Chile é
proposital. O país andino, precursor da abertura econômica na
América Latina, já recebeu US$ 8
bilhões de investimentos canadenses, enquanto que o Brasil levou
até hoje US$ 3 bilhões.
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