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ELEIÇÃO ENGESSADA
Partido muda de posição e diz que pode seguir com Lula, se pefelistas não lançarem candidato a presidente
Sem PFL no páreo, PL acerta aliança com PT
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o PFL não tiver candidato à
Presidência, a direção do PL caminha para acertar coligação com
o PT, mesmo após a decisão do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
que limita as alianças nos Estados
a partidos que tenham se unido
nacionalmente.
É uma mudança na posição do
PL, que afirmava que a chamada
verticalização inviabilizaria seu
apoio ao pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.
"Vamos esticar a corda e ver até
onde ela aguenta. Nosso objetivo
é viabilizar a aliança com Lula",
diz o presidente nacional do PL,
deputado Valdemar Costa Neto.
Sem um candidato do PFL ao
Planalto, o PL poderia se aliar ao
partido em dois Estados em que
não admite rever acordos feitos
antes do início da conversação
com o PT: Bahia e Maranhão.
O PL é carlista na Bahia e governa o Estado desde o dia 6 com Otto Alencar, vice de César Borges,
que se desincompatibilizou para
disputar a eleição para o Senado.
Assim Lula pode ir fazer campanha na Bahia e ter de subir no palanque de Antonio Carlos Magalhães. ACM tentará voltar a ser senador, mandato ao qual renunciou para evitar sua cassação por
seu envolvimento em fraude de
votação secreta no Senado.
O PT tem candidato ao governo
da Bahia, o deputado federal Jacques Wagner, e provavelmente
apoiará Haroldo Lima (PC do B)
ao Senado. Mas, com o PL
apoiando o PT nacionalmente e
ACM no Estado, fica aberta a possibilidade de Lula e o cacique pefelista se encontrarem.
ACM já disse preferir o petista
ao pré-candidato tucano, José
Serra, a quem responsabiliza pela
vitória de Jader Barbalho
(PMDB), seu maior desafeto, na
eleição para a presidência do Senado em 2001. Jader também renunciou para evitar sua cassação
por envolvimento em supostas
fraudes em projetos da Sudam.
No Maranhão, o PL é sarneyzista, apoiando a provável candidatura da ex-governadora Roseana
Sarney (PFL) ao Senado e a do
atual governador José Reinaldo
Tavares à reeleição.
O PT tem como candidato ao
governo do Estado maranhense
Ricardo Sabóia, mas, novamente,
torna-se possível que Lula divida
o palanque com a ex-pré-candidata a presidente pelo PFL, que
desistiu após o início de investigações de irregularidades em empresa da qual é sócia.
Esses encontros em palanque
são especulações para o PT, mas
não para os líderes do PL, que deve indicar o senador José Alencar
(MG) para a vaga de vice-presidente, caso a aliança se formalize.
Ao todo são 13 os Estados em
que o PL tem problemas a resolver para se coligar com o PT. Mas
só no Maranhão e na Bahia eles
são tidos como insolucionáveis
pela direção do partido, caso o
PFL tenha candidato próprio à
Presidência ou venha a apoiar o
tucano José Serra.
PC do B
Tradicional aliado do PT, o PC
do B discutirá nas próximas duas
semanas se apoiará Lula. O problema são as alianças regionais
que costura para seus candidatos
a governador no Ceará, no Piauí e
no Amazonas. Sem candidato a
presidente, o PC do B estaria livre
para acertar alianças.
Mas a tendência majoritária no
partido é apoiar Lula mesmo após
a verticalização, avalia o vice-presidente nacional do PC do B, Haroldo Lima -que está como presidente interino do partido em razão de viagem à China do titular,
Renato Rabelo, para encontro de
comunistas de todo o mundo.
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