São Paulo, quarta-feira, 20 de abril de 2005

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FAZENDEIRO DO AR

Ministro da Previdência disse que não vê contradição no pedido a Fonteles para arquivar caso Frangonorte

Não há acusação contra mim, afirma Jucá

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), afirmou ontem não existir contradição no pedido dele feito à Procuradoria Geral da República de arquivamento de investigação. Anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia reafirmado sua confiança em Jucá e ressaltado a iniciativa do ministro em pedir a apuração rápida das denúncias.
"Não é contraditório, pelo contrário. Eu não pedi [o arquivamento]. Pedi a ele [ao procurador-geral, Claudio Fonteles] que investigasse e arquivasse não havendo nenhum tipo de comprovação", disse o ministro, que acrescentou: "Pedi o arquivamento porque não existe nenhum tipo de acusação contra mim".
Anteontem, por meio de seu advogado, Jucá encaminhou manifestação a Fonteles pedindo o arquivamento do procedimento administrativo aberto contra ele pelo Ministério Público Federal para apurar o destino dos recursos públicos obtidos pela empresa Frangonorte, de Roraima, da qual Jucá foi dono entre 1994 e 1996.
"Confio no Ministério Público e vou aguardar o pronunciamento", afirmou Jucá, após deixar o prédio da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Paulo. Jucá é acusado ainda de oferecer fazendas que não existem como garantia a um empréstimo e de supostamente desviar recursos públicos. "Eu sempre estive à vontade na Previdência, não temo nenhum tipo de investigação, estou tranqüilo e focado no que tenho de fazer", declarou ontem o ministro, que afirmou contar com o apoio do presidente.
Antes de o ministro chegar ao prédio da CUT, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou que, o jogo político domina as indicações para o Ministério da Previdência: "A Previdência tinha de ser um ministério tratado com prioridade pelo governo, não pode ficar no jogo político. E, em jogo político, dá todo tipo de coisa.Tem sempre confusão nesse ministério".
Após o encontro com Jucá, os presidentes da Força e da CUT defenderam a apuração das denúncias que envolvem Jucá.
"Se o presidente diz que não pode tirar o ministro, não sou eu que vou ficar dizendo que tem de tirar. Mas são acusações graves que têm de ser investigadas", disse Paulinho. Luiz Marinho, presidente da CUT, concordou. "É válido que o ministro recorra e peça o arquivamento. Mas a minha expectativa como cidadão é que as denúncias sejam apuradas."
No encontro, os sindicalistas pediram ao ministro mudanças no texto da medida provisória 242, que altera a base de cálculo dos benefícios do trabalhador.


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