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FAZENDEIRO DO AR
Ministro da Previdência disse que não vê contradição no pedido a Fonteles para arquivar caso Frangonorte
Não há acusação contra mim, afirma Jucá
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Previdência, Romero Jucá (PMDB), afirmou ontem não existir contradição no
pedido dele feito à Procuradoria
Geral da República de arquivamento de investigação. Anteontem, o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva havia reafirmado sua
confiança em Jucá e ressaltado a
iniciativa do ministro em pedir a
apuração rápida das denúncias.
"Não é contraditório, pelo contrário. Eu não pedi [o arquivamento]. Pedi a ele [ao procurador-geral, Claudio Fonteles] que
investigasse e arquivasse não havendo nenhum tipo de comprovação", disse o ministro, que
acrescentou: "Pedi o arquivamento porque não existe nenhum tipo
de acusação contra mim".
Anteontem, por meio de seu advogado, Jucá encaminhou manifestação a Fonteles pedindo o arquivamento do procedimento administrativo aberto contra ele pelo Ministério Público Federal para
apurar o destino dos recursos públicos obtidos pela empresa Frangonorte, de Roraima, da qual Jucá
foi dono entre 1994 e 1996.
"Confio no Ministério Público e
vou aguardar o pronunciamento", afirmou Jucá, após deixar o
prédio da CUT (Central Única
dos Trabalhadores), em São Paulo. Jucá é acusado ainda de oferecer fazendas que não existem como garantia a um empréstimo e
de supostamente desviar recursos
públicos. "Eu sempre estive à
vontade na Previdência, não temo
nenhum tipo de investigação, estou tranqüilo e focado no que tenho de fazer", declarou ontem o
ministro, que afirmou contar com
o apoio do presidente.
Antes de o ministro chegar ao
prédio da CUT, o presidente da
Força Sindical, Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho, afirmou que, o
jogo político domina as indicações para o Ministério da Previdência: "A Previdência tinha de
ser um ministério tratado com
prioridade pelo governo, não pode ficar no jogo político. E, em jogo político, dá todo tipo de coisa.Tem sempre confusão nesse
ministério".
Após o encontro com Jucá, os
presidentes da Força e da CUT defenderam a apuração das denúncias que envolvem Jucá.
"Se o presidente diz que não pode tirar o ministro, não sou eu que
vou ficar dizendo que tem de tirar. Mas são acusações graves que
têm de ser investigadas", disse
Paulinho. Luiz Marinho, presidente da CUT, concordou. "É válido que o ministro recorra e peça
o arquivamento. Mas a minha expectativa como cidadão é que as
denúncias sejam apuradas."
No encontro, os sindicalistas
pediram ao ministro mudanças
no texto da medida provisória
242, que altera a base de cálculo
dos benefícios do trabalhador.
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