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Institutos de pesquisa criticam restrição ao direito à informação
DA REDAÇÃO
Os três principais institutos de
pesquisa do país criticaram ontem a proibição da divulgação de
pesquisas eleitorais nos últimos
15 dias antes da eleição.
Segundo executivos do Datafolha, do Ibope e do Sensus, a nova
lei, aprovada anteontem pelo Senado, afronta o direito à informação e desrespeita a democracia. O
pacote de alterações de regras
eleitorais ainda depende de sanção presidencial. Se for aprovado,
pode ser questionado no Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o diretor-geral
do Datafolha, Mauro Paulino, o
veto à divulgação de pesquisas na
quinzena antes da eleição é uma
"censura prévia e viola a liberdade
de expressão".
A opinião é a mesma de Márcia
Cavallari, diretora-executiva do
Ibope, e de Ricardo Guedes, do
Instituto Sensus. "Isso fere a liberdade de divulgação de informações", disse Guedes. "A medida é
retrógrada, tira o acesso à informação do eleitor e é inconstitucional", afirmou Cavallari.
Datafolha, Ibope e Sensus também são unânimes ao afirmar que
o eleitor será o maior prejudicado
com a proibição. Sem a divulgação, os institutos acreditam que
aumentará a encomenda de levantamentos por parte dos partidos, que não chegarão ao eleitor.
"Quem sai perdendo é o eleitor,
que vai ficar sem informação. Os
partidos não vão ficar às cegas de
jeito nenhum", afirma Cavallari.
Para Paulino, há o risco de a divulgação acontecer de forma camuflada na imprensa. "Será uma
informação que chegará ao eleitor
de forma enviesada, o que pode
gerar mais confusão."
Os três acreditam que a medida
não entrará em vigor neste ano
-e nem nas próximas eleições.
"Trabalho com a hipótese de que
isso não vai passar no Supremo,
porque é uma atitude inconstitucional", disse Paulino.
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