São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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PAINEL

Previsão sombria
O Supremo Tribunal Federal já se prepara para receber uma enxurrada de ações contra o programa de redução do consumo de energia elétrica. Ministros consideram que o governo não levou em conta o princípio constitucional da razoabilidade.

Nada a declarar
Do presidente eleito do STF, Marco Aurélio de Mello, sobre a crise energética: "Os brasileiros estão boquiabertos. Vamos buscar saber quando se teve ciência desse problemão e por que não foram tomadas providências".

Precisa-se de moça
A Propeg, agência de publicidade responsável pela campanha do racionamento de energia elétrica, quer contratar uma apresentadora para uma propaganda de esclarecimento em forma de telejornal.

Nada mudou
José Jorge (Minas e Energia) já tem alguma coisa em comum com o ex-ministro Rodolpho Tourinho: a desavença com o secretário de Energia, Afonso Henrique Moreira Santos.

Lição de casa
Curitiba conseguiu economizar 36% de energia ao substituir as tradicionais lâmpadas de mercúrio pelas de vapor de sódio. A substituição, que atinge cerca de 60% da cidade, começou há um ano e meio.

Ironia do destino
FHC dizia que não poderia ter um oposicionista na presidência do Senado, ao trabalhar contra Jefferson Péres. Nesta semana, o pedetista vai à tribuna dizer que é "inconcebível" Jader Barbalho atrasar a votação de um crédito externo que poderia ajudar a acalmar o mercado de câmbio.

O próximo
FHC decidiu nomear Paulo Medina para o Superior Tribunal de Justiça. É o segundo ex-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros a ser escolhido por FHC para o STJ. O primeiro foi Paulo Gallotti.

Enfim, sós
Membros da cúpula do PT estão preocupados com o isolamento do partido na eleição de 2002. Na melhor das hipóteses, a sigla repetirá a aliança de 98. Mas é cada vez mais difícil a aproximação com PDT e PC do B, que namoram Ciro Gomes (PPS) e Itamar Franco (PMDB).
CONTRAPONTO

Quem te viu, quem te vê

Os deputados José Genoino (PT-SP) e Nelson Marchezan (PSDB-RS) conversavam no salão verde da Câmara sobre a crise energética. Comentavam o desgaste do diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), José Mário Abdo, que vem sendo apontado pelo governo como um dos responsáveis pela crise.
- Precisamos mudar logo a direção da agência. Do jeito que está, não dá para ficar - reclamou Marchezan.
Genoino concordou:
- Tem que demitir agora. A situação é gravíssima.
O deputado Heráclito Fortes (PFL-PI) ouviu a conversa e encostou. Passou a zombar de Genoino, por condenar um dirigente eleito pelo Senado:
- Olha aí o PT se preparando para assumir o poder! Para conquistar o Marchezan, o Genoino passa por cima até de eleição direta.

Despedida
ACM diz publicamente que escapará do processo de cassação. Mas já começou a rascunhar seu discurso de renúncia.

Sem saída
Prognóstico feito por um dos maiores amigos de Luís Eduardo Magalhães, procurado esta semana por ACM: "Não tem mais jeito. É melhor renunciar".

Coisas da política
A oposição baiana torce contra a renúncia de ACM. A opinião geral é que as manifestações populares tendem a crescer no Estado, abalando o patrimônio eleitoral do carlismo.

Entre amigos
Jorge Bornhausen tenta convencer Geraldo Althoff (SC) a assinar o relatório alternativo pró-ACM, a ser apresentado pelo PFL no Conselho de Ética. A avaliação é que o documento terá mais credibilidade se não tiver a assinatura de um carlista.

Piada baiana
Presidente do Conselho de Ética do Senado, Ramez Tebet pegou uma alergia na boca. Saturnino Braga, o relator, mordeu pequi. Na Bahia, ACM é conhecido como o único orixá vivo.

Espelho meu
Ao explicar porque não se licencia do Conselho de Ética, José Roberto Arruda usa Luiz Estevão como exemplo: "Votou no próprio processo de cassação".

A conferir
Milton Monti, candidato de Michel Temer a presidente do PMDB paulista, diz ter 65% dos votos. O grupo de Quércia diz que ele terá uma surpresa hoje.

TIROTEIO

De Itamar Franco (PMDB), sobre Pedro Parente ter sido nomeado "ministro do apagão":
- É incrível que FHC, tendo um ministro de Minas e Energia, coloque o chefe da Casa Civil para cuidar do assunto. Esse é um outro aspecto muito interessante da crise energética.



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