São Paulo, segunda-feira, 20 de maio de 2002

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FHC comunga e beija mão do papa

DO ENVIADO ESPECIAL A ROMA

Para quem já teve problemas eleitorais parcialmente atribuídos a seu suposto ou real ateísmo, mas, depois, não perdeu ocasião para dar mostras de religiosidade, Fernando Henrique Cardoso avançou mais um passo ontem para se reconciliar com a fé: comungou, primeiro, e, depois, ajoelhou-se diante do papa João Paulo 2º e beijou o anel papal.
Em 1985, quando era candidato a prefeito de São Paulo, FHC escorregou em uma pergunta do jornalista Bóris Casoy sobre seu ateísmo, em um debate de campanha eleitoral. Os analistas acreditam que ele perdeu pelo menos alguns votos com o episódio, votos vitais em uma eleição decidida por pouca diferença, em favor de Jânio Quadros.
Depois disso, FHC já esteve com o papa no Vaticano, em fevereiro de 1997, e se confessou "comovido, porque é todo um ambiente muito especial".
Usou até uma fórmula ambígua para comentar seu ateísmo: "'Quem diz que sou ateu é porque quer me criar problemas".
Ontem, pelo menos, FHC fugiu de qualquer tipo de problema por questões religiosas.

Missa
Primeiro, acompanhou atenta e participativamente a missa que marcou a canonização da santa, ao lado de sua mulher, Ruth, em um elegante conjunto negro, chapéu idem.
Segundo, comungou, o que causou surpresa até em Ana Tavares, sua assessora de imprensa e, mais que isso, amiga de muitíssimos anos. Detalhe: dona Ruth não comungou.
Por último, terminada a comunhão, o presidente foi até o altar improvisado na praça de São Pedro, o coração da Igreja Católica Apostólica e Romana, ajoelhou-se diante de um combalido João Paulo 2º e beijou-lhe o anel.
Desta vez, dona Ruth acompanhou Fernando Henrique Cardoso no percurso e nos gestos.



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