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CASO STO. ANDRÉ
Procurador-geral pedirá abertura de inquérito contra Donisete Braga
Procuradoria liga deputado
do PT a assassinato de Daniel
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O procurador-geral de Justiça
de São Paulo, Rodrigo Pinho, disse que irá pedir ao Tribunal de
Justiça abertura de um inquérito
criminal contra o deputado estadual Donisete Braga (PT-SP) por
suposto envolvimento no assassinato do prefeito de Santo André,
Celso Daniel (PT). Segundo o órgão, há "fortes evidências" da participação dele no crime.
Daniel foi seqüestrado na noite
de 18 de janeiro de 2002, quando
voltava de um jantar com o empresário Sérgio Gomes da Silva. O
corpo foi encontrado dois dias depois no km 328 da rodovia Régis
Bittencourt, em Juquitiba (SP).
As supostas provas contra Braga foram repassadas à Procuradoria pelos promotores de Santo
André, que investigaram o caso e
denunciaram (acusaram formalmente) o empresário Gomes da
Silva, preso desde dezembro.
O PT discordou do trabalho da
Promotoria, que relacionou o crime a um esquema de desvio de dinheiro na prefeitura petista de
Santo André -parte da verba teria financiado campanhas do PT.
O partido nega e diz que o órgão
atua com motivação política.
Entre os documentos entregues
à Procuradoria está a quebra do
sigilo telefônico do deputado. Por
meio da quebra, além de saber os
números chamados, é possível
identificar de onde partiram as ligações -quando se usa um celular, a antena (ERB) mais próxima
capta e registra a ligação.
Segundo o histórico de chamadas do celular, Braga fez pelo menos 15 ligações entre 22h18 e
23h41 do dia 19. Os telefonemas
foram registrados pela ERB do
km 276 da Régis -o suposto cativeiro era no km 311.
"A última ligação registrada foi
minutos antes do assassinato do
prefeito", afirmou o promotor José Reinaldo Carneiro. À Procuradoria Geral, os promotores entregaram cópias de três cheques repassados por Gomes da Silva ao
deputado, entre maio e julho de
1999 (R$ 12 mil no total).
A Promotoria elencou o que
chamou de "contradições" do deputado. Em depoimento, Braga
afirmou que, na noite do dia 19,
participou de uma reunião com o
governador de SP, Geraldo Alckmin (PSDB). Disse que chegou e
saiu com o vice-prefeito de Mauá,
Márcio Chaves Pires. Pires negou
ter saído do ato com Braga. Afirmou ainda que a antena da região
do Palácio estava saturada e, por
isso, suas ligações foram registradas pela da Régis Bittencourt. A
operadora de celular informou
ser "praticamente nula" a possibilidade aventada pelo deputado.
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