São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2010

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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010

Evento com prefeitos vira palco de promessas

Em encontro com 4.000 prefeitos, Serra, Dilma e Marina apoiaram pedidos da categoria e dispararam ataques mútuos

Segundo Paulo Ziulkoski, presidente da confederação dos municípios, as respostas foram "evasivas" e questões não foram respondidas


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em uma sabatina em que tiveram acesso com um dia de antecedência às perguntas que lhes seriam feitas, os três principais pré-candidatos à Presidência distribuíram elogios e promessas aos cerca de 4.000 prefeitos que promovem sua marcha nacional a Brasília.
José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) se comprometeram com pautas defendidas pelo movimento municipalista e, nas sabatinas individuais de cerca de uma hora cada uma, dispararam ataques entre si.
Primeiro a falar, Serra chegou com atraso de 40 minutos ao hotel que sediou o evento. Em sua fala, criticou o suposto aparelhamento da máquina pública, que estaria "leiloada entre os partidos" lulistas.
"Quero conclamar os prefeitos: vamos dar as mãos independentemente das cores partidárias. No governo federal, eu não vou ser presidente de um partido, do PSDB, mas o presidente da nação brasileira."
Serra disse que criará uma "força nacional permanente contra calamidades" e o PASS (Programa de Aceleração da Saúde e da Segurança).
Marina subiu ao palco em seguida e também distribuiu promessas, entre elas a criação de um sistema único de educação, nos moldes do SUS (Sistema Único de Saúde), da educação infantil à universidade.
A pré-candidata do PV não deixou de levantar a bandeira da sustentabilidade e afirmou que o meio ambiente deve estar na base das ações do governo, e não ser encarado como oposição ao desenvolvimento.
Ela demonstrou emoção ao relembrar sua passagem pelo PT. "Não é fácil vir aqui pela primeira vez depois de anos sendo do PT. Saí [do partido] para realizar um sonho de um Brasil sustentável."
Última a responder as nove perguntas -as mesmas para os três-, Dilma defendeu as desonerações feitas pelo governo em 2009, argumentando que elas amenizaram os efeitos da crise econômica.
A ex-ministra rebateu a crítica de aparelhamento do Estado: "Faremos um governo municipalista". Ela voltou a prometer a erradicação da pobreza extrema e disse que priorizará construção de creches. Ao final, foi saudada pelo coro: "Brasil, pra frente, Dilma presidente".
Ao menos três temas uniram os pré-candidatos: a defesa da regulamentação da emenda constitucional 29, que destina mais recursos à saúde, a aprovação da reforma tributária e o adiamento para o próximo governo da discussão sobre distribuição de royalties do petróleo.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, reclamou que os pré-candidatos foram muito "evasivos" nas respostas. "Fizemos perguntas bem objetivas, mas pelo menos a metade não foi respondida." (GABRIELA GUERREIRO, RANIER BRAGON E SOFIA FERNANDES)


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