São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2010

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

Mundo dividido

Lula atravessou o dia, em destaque por Agência Brasil, Reuters Brasil e BBC Brasil, dizendo que as negociações com o Irã podem voltar à estaca zero e que agiu "como queriam os Estados Unidos".
Em longo despacho intitulado "Sanções propostas ao Irã enfrentam oposição", a Associated Press noticiou que "EUA e seus aliados ocidentais conseguiram o apoio crucial da Rússia e da China, mas têm pela frente uma difícil campanha para obter o apoio do resto do Conselho de Segurança". Na home, a "Economist" foi pela mesma linha, sob o enunciado "América anuncia um acordo com Rússia e China, mas o mundo está dividido". Na "oposição", são listados Brasil, Turquia e Líbano, talvez Gabão e México.




ACORDO CONSTRUTIVO
O "China Daily" de papel deu com cuidado o acordo entre "EUA, Rússia e China" para o "rascunho de resolução". E se esforçou, no texto, em equilibrar com a atenção dada ao acordo de "Irã, Turquia e Brasil". Ouviu um analista da Associação Chinesa para Estudos do Oriente Médio, Zhang Xiaodong, para quem Washington e Teerã agora terão que negociar, ambos, sob pressão.
Mais importante, o jornal estatal publicou o editorial "Acordo construtivo", sobre o acerto no Irã, "um sinal inequívoco da comunidade internacional" de que "nunca dá nada por perdido". Sublinhou que a "China sempre insistiu que a negociação e o diálogo têm a chave para quebrar o impasse internacional sobre o Irã".

MANIPULADOS
Em editorial, o "New York Times" apoiou as sanções defendidas pelos EUA e questionou o acordo sobre troca de combustível aceito pelo Irã: "Brasil e Turquia estão ansiosos para interpretar papéis internacionais maiores. E ansiosos para evitar um conflito no Irã. Nós respeitamos esses desejos. Mas, como quase todo mundo, eles foram manipulados por Teerã". A última frase foi a mais destacada no Brasil, a começar do "Jornal Nacional".

HONESTOS
Também em editorial, o "Guardian" opinou que o rascunho de sanções "pode ser visto como um tapa das potências maiores nos esforços de negociação de outros países, porém neste mundo multipolar Obama não pode se permitir tal coisa". O jornal europeu elogiou Turquia e Brasil e lembrou o Japão para dizer que, "juntas, essas nações assumiram o papel de negociador honesto abandonado por Inglaterra, França e Alemanha".

O QUE QUER O BRASIL
O Council on Foreign Relations destacou ontem uma longa entrevista com Antonio Ramalho, professor de relações internacionais da Universidade de Brasília, sobre as razões do governo brasileiro em sua incursão diplomática no Oriente Médio. Ramalho relacionou: "Projetar a capacidade política do Brasil no mundo"; "a percepção de que houve rearranjos no sistema político, diplomático e econômico, abrindo espaço de manobra para novas potências como China, Índia, África do Sul, Brasil"; e a avaliação de que "o Brasil pode fornecer experiência diplomática e ajudar a resolver conflitos por negociação", além "representar os países emergentes".

"ALIANZA"

elpais.com


O espanhol "El País" postou ontem no alto da home seu evento "Brasil, aliança para a economia global".Nos destaques ao lado, as declarações de Lula, "Brasil aprendeu a ser país sério", e do ex-primeiro-ministro Felipe González, "América Latina foi a que resistiu melhor"

COMPRA...
O "Financial Times" postou ontem sobre o "rumor" da compra do fundo de investimentos Gávea, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, pelo JP Morgan. Anotou que Fraga está há seis anos no conselho do banco americano. A compra "muito próxima" foi noticiada anteontem no "Valor" e ecoou ontem por todo lado.

E VENDA
O mesmo "FT", na coluna Lex, se pergunta "por que o Bank of America quer vender sua parte no Itaú", notícia de ontem no Brasil e no próprio jornal financeiro. A "resposta simples" é que o BofA precisa cumprir promessa feita ao Tesouro americano. A "resposta sutil" é que o banco antevê "menor diversificação" pós-reforma.

NO BRASIL

wallpaper.com/bbc.co.uk


Na revista de design, moda e mídia "Wallpaper", "o país mais excitante do mundo". Ou "o retrato mais verdadeiro possível de um país extraordinário em um extraordinário momento de transição".



Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br

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