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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Petista promete ser "mais impetuoso" em acordos internacionais
FHC foi "agente inibidor" da política externa, afirma Lula
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O candidato à Presidência Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) promete
ser "mais impetuoso" que o atual
governo nas negociações externas
e quer ser o presidente que fará
mais acordos internacionais.
"Quero entrar para a história do
país como o presidente que mais
fez acordos importantes para o
Brasil", disse ontem a deputados
na Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara, que está
promovendo debates com os candidatos, separadamente.
Segundo Lula, o presidente Fernando Henrique Cardoso foi "um
agente inibidor" da política externa brasileira. Para o candidato petista, a opção pela diplomacia presidencial de FHC relegou o Ministério das Relações Exteriores a
funções burocráticas e a uma casa
cumpridora de ordens políticas.
"De fato, nunca tivemos um
presidente que viajou tanto, mas
isso não resultou em ganhos comerciais para o Brasil, mas para
FHC fazer amigos pessoais."
Lula foi duro nas críticas à área
comercial, mas elogiou a atuação
de FHC na Venezuela, quando
houve tentativa de golpe contra o
presidente Hugo Chávez. "A posição do presidente foi boa e corajosa, no tom certo", avaliou.
O petista prometeu valorizar as
Forças Armadas e criticou o ministro da Defesa, Geraldo Quintão, sem citar seu nome. "O cargo
de ministro da Defesa foi sendo
diminuído. Para mim, tem de ser
ocupado por alguém que, em termos de competência e ética, esteja
acima da média nacional."
Lula afirmou que não é contra o
livre comércio nem contra a Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas). Mas disse que só negociará o acordo com os EUA depois de feita a reforma tributária.
O candidato prometeu honrar
os contratos assinados até 31 de
dezembro, mas disse que, se até o
fim deste governo não for finalizado o acordo com os EUA para a
utilização da Base de Alcântara,
no Maranhão, para o lançamento
de satélites, os termos do contrato
serão modificados.
O Mercosul, segundo Lula, vai
receber atenção especial e um
eventual governo petista pretende
estimular a criação de instituições
no bloco, principalmente de um
Parlamento do Mercosul. "A classe política na América Latina é
muito ruim e um parlamento latino-americano contribuiria para
elevar o nível", disse.
Lula voltou a criticar o que chama de terrorismo eleitoral. "O
presidente não pode permitir que
seus ministros digam que, se determinado candidato ganhar, vale
e que, se outro ganhar, não vale".
Segundo Lula, se a equipe do
presidente "continuar a brincar
com a economia" o país poderá
perder. "Até o dia 31 de dezembro
eles assinam os cheques, e o argumento da vulnerabilidade externa
pode ser um prejuízo enorme para todo mundo antes de outubro", afirmou o candidato.
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