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GOVERNO OU OPOSIÇÃO
Aliados do ex-governador tentam atrasar processo
PSB discute expulsão de Garotinho
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
Dos 17 membros da Executiva
Nacional do PSB, apenas quatro
ainda defendem a permanência
do ex-governador e secretário de
Segurança do Rio, Anthony Garotinho (PSB), no partido. Sua expulsão deve ser discutida em reunião da Executiva marcada para a
próxima semana.
O presidente nacional do PSB,
Miguel Arraes, pretende expor toda a sua insatisfação com Garotinho. Os dois não se falam há um
mês. Arraes, que já foi um dos
maiores defensores do ex-governador dentro do partido, não anda satisfeito com as críticas públicas que o ex-governador vem fazendo contra o governo do presidente Lula e o PSB.
Na semana passada, Garotinho
organizou o ato "Acorda Lula, antes que seja tarde" que reuniu
2.500 pessoas no centro do Rio.
Ele prometeu fazer mais três manifestações do tipo a partir do mês
que vem. "A minha posição foi a
de quem tentou mediar essa crise
o tempo todo, mas agora não vou
mais me meter", disse o líder do
PSB na Câmara, deputado Eduardo Campos (PE), neto de Arraes.
Na Executiva, o ex-governador
tem os votos dele mesmo e o
apoio dos deputados federais Alexandre Cardoso (RJ), presidente
do PSB do Rio, José Antônio Almeida (MA), que foi vice na chapa
de Garotinho, e do secretário nacional sindical, Jaílson Cardoso.
O grupo que apóia o ex-governador afirma que ele está servindo de moeda de troca para que o
PSB mantenha seus cargos no governo, como a presidência da
Chesf (Companhia Hidrelétrica
de São Francisco) e o Ministério
da Ciência e Tecnologia.
A estratégia dos aliados do ex-governador é prolongar ao máximo uma decisão sobre o assunto.
Alexandre Cardoso, por exemplo,
pretende pedir que o caso seja
analisado pela comissão de ética
do partido antes de uma decisão
da Executiva.
Se for expulso, Garotinho já
anunciou que ficará sem partido.
Isso poderá atrapalhar os planos
de muitos deputados socialistas
candidatos nas eleições municipais do ano que vem e que querem o apoio de Garotinho. O ex-governador teve 17,2 milhões de
votos na eleição presidencial e ficou em terceiro lugar.
Os "garotinistas" acham também que, se o ex-governador sair
do PSB, pode chegar a levar 16 dos
29 deputados federais com ele. Os
adversários de Garotinho no partido, porém, apostam que ele só
tira quatro deputados.
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