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São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2003

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GOVERNO OU OPOSIÇÃO

Aliados do ex-governador tentam atrasar processo

PSB discute expulsão de Garotinho

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

Dos 17 membros da Executiva Nacional do PSB, apenas quatro ainda defendem a permanência do ex-governador e secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho (PSB), no partido. Sua expulsão deve ser discutida em reunião da Executiva marcada para a próxima semana.
O presidente nacional do PSB, Miguel Arraes, pretende expor toda a sua insatisfação com Garotinho. Os dois não se falam há um mês. Arraes, que já foi um dos maiores defensores do ex-governador dentro do partido, não anda satisfeito com as críticas públicas que o ex-governador vem fazendo contra o governo do presidente Lula e o PSB.
Na semana passada, Garotinho organizou o ato "Acorda Lula, antes que seja tarde" que reuniu 2.500 pessoas no centro do Rio. Ele prometeu fazer mais três manifestações do tipo a partir do mês que vem. "A minha posição foi a de quem tentou mediar essa crise o tempo todo, mas agora não vou mais me meter", disse o líder do PSB na Câmara, deputado Eduardo Campos (PE), neto de Arraes.
Na Executiva, o ex-governador tem os votos dele mesmo e o apoio dos deputados federais Alexandre Cardoso (RJ), presidente do PSB do Rio, José Antônio Almeida (MA), que foi vice na chapa de Garotinho, e do secretário nacional sindical, Jaílson Cardoso.
O grupo que apóia o ex-governador afirma que ele está servindo de moeda de troca para que o PSB mantenha seus cargos no governo, como a presidência da Chesf (Companhia Hidrelétrica de São Francisco) e o Ministério da Ciência e Tecnologia.
A estratégia dos aliados do ex-governador é prolongar ao máximo uma decisão sobre o assunto. Alexandre Cardoso, por exemplo, pretende pedir que o caso seja analisado pela comissão de ética do partido antes de uma decisão da Executiva.
Se for expulso, Garotinho já anunciou que ficará sem partido. Isso poderá atrapalhar os planos de muitos deputados socialistas candidatos nas eleições municipais do ano que vem e que querem o apoio de Garotinho. O ex-governador teve 17,2 milhões de votos na eleição presidencial e ficou em terceiro lugar.
Os "garotinistas" acham também que, se o ex-governador sair do PSB, pode chegar a levar 16 dos 29 deputados federais com ele. Os adversários de Garotinho no partido, porém, apostam que ele só tira quatro deputados.



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